A paisagem ainda tem arrozais, eucaliptos, paredões de rochas e muito verde. Mas não há como passar pela SC-415, em Itapoá, sem imaginar o que a pavimentação dos 27,7 km que ligam o porto da cidade à BR-101 poderá trazer para a região em alguns anos. Aos poucos, investidores estão descobrindo o que o município – e um dos mais modernos portos do País – tem a oferecer.
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A inauguração da SC-415 ocorre nesta sexta, às 10 horas vai reunir autoridades como o governador Raimundo Colombo A esperança é de que após quase quatro anos de obras e promessas – a primeira previsão de conclusão das obras anunciada pelo governo do Estado era outubro de 2010 -, a rodovia não seja caminho apenas para os caminhões de contêineres, mas para uma invasão de investimentos no município de pouco mais de 17 mil habitantes.
O primeiro terminal de cargas em funcionamento às margens da SC-415 é do presidente da Associação Comercial e Industrial de Itapoá (Acini), Márcio Gonzatto, e um sócio. A área de 40 mil m² tem capacidade estática de movimentação de 3,5 mil contêineres, quantidade considerada insuficiente mesmo para atender a um porto que ainda não funciona com 100% da capacidade operacional.
– A partir de abril ou maio, pretendemos dobrar a área para dar conta da demanda. O porto vai precisar dessa estrutura. Hoje, com o espaço que temos já é complicado -, diz Gonzatto.
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– Para conseguir atender bem, a região precisa de pelo menos mais quatro terminais de carga e uma câmara frigorífica. Só assim poderemos ser competitivos de verdade -, acrescenta o empresário.
Ele explica que ainda existe desconfiança por parte de investidores, mesmo reforçando que o metro quadrado na área retroportuária está bem abaixo dos preços praticados em outras regiões portuárias do Estado. Gonzatto acredita que o receio seja motivado principalmente pelo atraso nas obras da SC-415 e pelo fato da movimentação de cargas no porto ter começado há menos de um ano.
Além do terminal que Gonzatto e o sócio arrendaram para a transportadora marítima alemã Hamburg Süd, o grupo gaúcho Fastcargo está na fase inicial de obras de um Centro Logístico Integrado. O empreendimento tem área total de 1,2 milhão de m² e deve receber R$ 130 milhões em investimentos na primeira fase de obras.
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Segundo o diretor-executivo do centro logístico, Fernando Gomes Ferreira, o cronograma prevê a inauguração de um armazém de 20 mil m² em novembro e o início do uso de câmaras frigoríficas em outubro de 2013.
– Teremos uma capacidade de movimentação estática de 3,6 mil contêineres e colocaremos 600 tomadas no espaço na primeira fase -, conta.
– A partir de 2014, começaremos a tocar o projeto macro para o grupo. Confiamos totalmente em Itapoá e tenho certeza de que muita coisa vai mudar por aqui nos próximos anos -, afirma Ferreira.
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Para ele, o porto terá papel fundamental na infraestrutura logística do Estado e os atrativos para que os empresários vão para Itapoá são grandes.
– Estamos próximos de Joinvile, que concentra enorme quantidade de empresas, e do Paraná. Quem não investiu aqui ainda é porque não conhece ou não quer acreditar que isso tudo pode ser verdade -, argumenta.
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