Nada de pausa para descanso, comemoração ou baixar a guarda. O candidato Kennedy Nunes (PSD) dormiu cerca de quatro horas antes de encarar o primeiro de 21 dias do segundo turno destas eleições.

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Mal pulou da cama e engoliu o café da manhã, correu para entrevistas em rádios, reuniu-se com outros partidos em busca de apoios, deu mais entrevistas na TV ao meio-dia e foi a Florianópolis, no início da tarde, para encontro com a coordenação estadual do PSD e com o governador Raimundo Colombo.

Nessa maratona, manteve o pé no acelerador também na defesa de propostas e do que acha importante para vencer a eleição. Demarcando território em relação a Udo Döhler – que fez o mesmo em entrevistas -, disse em conversas e repetiu ao vivo na RBS TV que vai trabalhar questões como a diferença entre um hospital público e um privado (o adversário diz que há semelhanças) e atacar propostas de mobilidade para a zona Sul de Joinville. O hospital São José será um alvo importante.

Em seu comitê, na rua São Paulo, conversou com pessoas como o ex-deputado José Carlos Vieira (PR), no meio da manhã. Falou de propostas, mas não fechou nenhum acordo de papel passado. A rotina de contatos em busca de aliados começou ainda durante a apuração dos resultados, no domingo.

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O partido teve tempo de sondar Marco Tebaldi, que garantiu apoio, embora o PSD preferisse cautela ontem e não desse o acordo como oficialmente selado. Agendou conversa com Eni Voltolini (PP) para esta semana. Diz também ter sondado o PT, mas não citou nomes. Em Florianópolis, depois de passar por uma coletiva de imprensa, o candidato se reuniu com o governador.

A Notícia – Negociou pessoalmente com algum partido hoje? Como foi essa conversa?

Kennedy Nunes – Às 8h30 me reuni com as equipes de governo e de campanha. Fizemos alguns contatos com vereadores eleitos de outros partidos. Nas próximas horas deve sair alguma coisa. Eu tive conversas com dirigentes e vereadores. Não vou anunciar nada ainda. Eu quero que eles anunciem. Amanhã (hoje) deve haver algum anúncio. Eu sei que esse é um momento difícil para os partidos dos candidatos que ficaram fora do segundo turno, por isso vou esperar a poeira baixar e cada um fazer a sua avaliação. Mas vou buscar os votos do PT, do PSDB e do PSOL. Espero que o partido tome frente nas negociações para que eu fique liberado para a campanha.

AN – O senhor tem algum aliado preferencial?

Kennedy – Não. Nós estamos atrás de votos, principalmente de quem não votou no Udo. Vou buscar os votos do 13, do 45 e do 50.

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AN – Do que o senhor não abre mão em troca de um apoio?

Kennedy – Não entra leilão nessa negociação. A velha política fazia leilão. Eu não faço. Nossas conversas estão girando em torno de propostas. Estou buscando ideias dos outros partidos que vamos poder agregar no nosso plano de governo e espero que as pessoas entendam isso e possam confiar seu voto a mim.

AN – Que propostas dos adversários o senhor gostaria de acrescentar ao seu plano de governo?

Kennedy – Tem uma do PSOL, por exemplo, que eu gostaria muito de fazer, que é criar a secretaria de Direitos Humanos de Bem-estar Social. Também tem uma proposta do 45 que é “em cada bairro, uma cidade”. É um conjunto de ações (instalar lotéricas, empresas, bancos, cartórios, serviços da Prefeitura) para que os bairros tenham autonomia, fortalecendo o comércio e gerando emprego. E do 13 são aqueles projetos dos parques e atendimento a idosos.

AN – Falando em áreas de lazer – pedido frequente do joinvilense -, o senhor vai concluir os parques da lista do Fonplata?

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Kennedy – Sim. Tudo o que está em andamento na Prefeitura vai continuar, sem exceção. Eu não quero ser pai de nenhuma obra que está acontecendo. Mas vou continuar as ações.

AN – Como vai ser a campanha no segundo turno?

Kennedy -Não haverá nada de diferente do que já ocorreu no primeiro turno. Pretendo fazer novos programas de agradecimento.

AN – Como foi em Florianópolis à tarde (ontem)? Se encontrou com o governador Raimundo Colombo ou apenas com a coordenação estadual do PSD?

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Kennedy – Sim, eu, ele, o César e o Merisio. Deixei o governador bem à vontade. Ele se comprometeu com relação aos elevados. Tudo isso é natural. Não preciso que o governador venha caminhar comigo para pedir voto. Preciso que ele caminhe nos pontos de estrangulamento onde é preciso construir os elevados. Vou seguir a mesma linha do primeiro turno. Entendo que quem tem que pedir voto não são figuras fora do contexto eleitoral do Joinville. Claro que se o governador quiser será bem-vindo, mas não posso colocar as minhas questões pessoais acima do governo. Sei que tem a figura do senador Luiz Henrique da Silveira, tudo isso.

AN – O que pretende fazer para ter a maioria na Câmara de Vereadores?

Kennedy – Já estamos em contato com os vereadores que foram eleitos e não fazem parte da coligação do candidato adversário para receber apoio e construir a maioria na Câmara. Já conversamos com PP, PSDB e com o próprio PT também.

AN – Quais são as três ações prioritárias de governo?

Kennedy – Nós vamos aprofundar a questão da saúde. Vamos falar sobre as taxas administrativas e impostos e vamos falar das questões de mobilidade das pessoas em todos os modais. Sempre focando no cuidado com as pessoas.

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AN – Algum avanço na discussão do secretariado?

Kennedy – Nós discutiremos o secretariado depois do resultado da eleição.

AN – O que está sendo diferente da campanha de 2008 para este ano?

Kennedy – Tudo. Hoje, o eleitor é mais sábio, mais observador. É a primeira campanha pós-Ficha Limpa e essa lei colocou o eleitor de orelha em pé. E o legal é que o eleitor está querendo saber mesmo não só na questão da administração pública, mas da vida pessoal da candidato. O eleitor vai fazer uma avaliação dos números de processos que eu respondo e que o Udo responde. Tudo, Udo como empresário, administrador de hospital e eu como deputado e jornalista. O eleitor percebeu isso. Em 2008, não havia esse cuidado com ficha limpa.

AN – O senhor está preparado para assumir a maior Prefeitura do Estado?

Kennedy – Chegou o meu momento de maturidade para administrar a cidade. Esse grupo que eu faço parte manda no Estado hoje e isso me dá um apoio muito grande. Hoje, eu não tenho medo nenhum de assumir a Prefeitura por conta do que eu quero fazer e por conta dessa estrutura que eu tenho.

AN – Como o senhor avalia seu adversário?

Kennedy – Eu avalio como um candidato que tem histórico de respeito. Ele tem um partido que tem força e é um bom adversário. Vai ser uma boa disputa.

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