Distante das raias favoritas na corrida à presidência da Câmara dos Deputados, Esperidião Amin (PP) se diz “livre, leve e solto” na tentativa de suceder Eduardo Cunha (PMDB) após a renúncia do deputado afastado.
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A votação será nesta quarta-feira, às 16 horas. Parlamentares interessados em entrar na disputa terão até o meio-dia para oficializar as candidaturas. Quem quiser pode desistir de concorrer até uma hora antes da votação. Até a noite desta terça-feira, 14 deputados estavam no páreo. Esperidião Amin foi confirmado durante a tarde como o nome do PP na disputa, embora o também pepista Fausto Pinato tenha se antecipado no pleito e não conte com o aval do partido.
Confira como os deputados catarinenses vão votar para presidente da Câmara
Os mais cotados à cadeira são Rodrigo Maia (DEM), Marcelo Castro (PMDB) e Rogério Rosso (PSD). Marcelo Castro tem a preferência da atual oposição. Entre o chamado “centrão”, grupo formado por partidos que deixaram de apoiar Dilma Rousseff, Rogério Rosso surge como o nome mais forte.
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Upiara Boschi: Esperidião Amin é azarão na disputa pela presidência da Câmara
Já Rodrigo Maia aparece como favorito por integrar a base aliada de Michel Temer, mas terá de buscar apoio de partidos como o PSDB, PPS e PSB. Entre a bancada catarinense, o “azarão” Amin somava nesta terça os votos declarados de João Rodrigues (PSD) e Jorge Boeira (PP).
Os tucanos Marco Tebaldi e Geovania de Sá também acenaram com simpatia à candidatura do ex-governador catarinense, apesar de ainda não anteciparem votos devido às negociações partidárias.
Como outros parlamentares catarinenses se mostraram indecisos ou manifestaram outras preferências, a possibilidade de uma votação unificada da bancada de SC tornou-se impossível.
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—Tenho defendido o nome dele (Amin) nas discussões. Estamos fazendo uma defesa. Claro que quero seguir o Espiridião Amin, mas como vice-líder da bancada ainda preciso ouvir meu líder e a possibilidade de uma votação colegiada — anunciou Geovania de Sá.
A deputada catarinense Angela Albino (PCdoB) antecipou que seguiria recomendação partidária para evitar que Rosso, candidato de Eduardo Cunha, fosse eleito. A parlamentar, no entanto, é suplente de Cesar Souza (PSD) e pode ficar de fora da votação caso o titular decida reassumir a vaga.
O também catarinense Jorginho Mello (PR), que tinha pretensões de se lançar como candidato, abriu mão da tentativa para apoiar Fernando Giacobo.
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Entrevista com Esperidião Amin, deputado federal pelo PP
Como foram as tratativas até a definição do seu nome?
– A unanimidade dos que falaram no partido se manifestou a favor do meu nome. Apenas o deputado (Fausto) Pinato, que já havia se inscrito na quinta-feira passada, está com dificuldades de retirar sua candidatura por força de compromissos que assumiu com pessoas de fora. Mas sou o candidato oficial do partido e ele é o candidato, como se diz, jagunço. Aguardamos uma posição dele até as 15 horas e, depois disso, me inscrevi com o apoio do partido.
Resta pouco tempo até a votação. Como tem sido a articulação?
-Já mantive contatos com outras legendas, estou tendo uma excelente receptividade junto a pessoas de fora do partido. Não precisa muito tempo. Acho que a câmara tem de escolher uma alternativa, um perfil para cruzar esse período. Não adianta fazer muita campanha. Estamos em uma situação tão ruim que precisamos escolher quem não piore e, se possível, melhore. O desafio é chegar ao segundo turno. Consolidei a seguinte convicção: entrei candidato porque não haveria remorso se eu não participasse. Nunca disputei vaga na mesa nem presidência de comissão permanente. Esta tarefa me fascina porque é a travessia do momento atual, dramático, a um momento de normalidade e respeito à sociedade. Ser candidato e perder, ou talvez ganhar, me conforta mais do que me omitir. Estou livre, leve e solto.
Em um eventual segundo turno, o senhor imagina a disputa com Rogério Rosso (PSD-DF)?
-Hoje, tenho dúvidas se vai ser o Rogério Rosso, se eu vou para o segundo turno… Eu acho que o Marcelo Castro, do PMDB, tem grandes chances de ir.
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