Quando fez as provas para os EUA, o catarinense ficou entre os 17 selecionados de mil inscritos. Precisou mostrar conhecimento em áreas como inglês, matemática e redação. Nos próximos dias, ele lança um site para ajudar outros jovens.
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Diário Catarinense – Como surgiu o desejo de estudar nos Estados Unidos?
Willian Mallmann – É um sonho que tenho desde os 9 anos. A gente é muito influenciado por filmes, desenhos norte- americanos e acaba idealizando. Amo viajar e queria estudar em uma universidade fora do Brasil.
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DC – Como você conseguiu o que era preciso para atingir essa meta?
Mallmann – Até o ano passado era só um sonho mesmo. Em 2012 participei do Programa Jovens Embaixadores e fui selecionado para a etapa nacional, quando formei uma rede de contatos. Um amigo de Rondônia me passou as informações. Fiquei um ano me doando ao processo. Você não faz uma só prova como aqui. Fiz dois testes de proficiência em inglês (Toefl), prova de matemática, redações com temas diferentes – como descrever como você é – coloquei minhas atividades extracurriculares, trabalhos voluntários e medalhas em olimpíadas e jogos escolares. Eles juntam tudo num dossiê com 20 páginas.
DC – Quais trabalhos voluntários você fez?
Mallmann – Entre 2011 e 2013 desenvolvi o projeto Dançar, Sonhar, Mudar, com 40 alunos da escola onde eu estudava. Na escola tinha gente com talento, mas sem acesso a cursos e resolvi ajudar. Também fiz o projeto Be More (Seja Mais) para aprimorar o inglês e consegui uma bolsa para estudar inglês durante três semanas na Inglaterra.
DC – A Fundação Estudar o ajudou com as vagas?
Mallmann – Eram mais de mil inscritos e fiquei entre os 84 selecionados. Destes, 17 foram aprovados em universidades norte-americanas. Consegui bolsa até para a realização das provas, que foram em São Paulo, Curitiba e Florianópolis. Só para fazer as provas o gasto é de cerca de R$ 3 mil a R$ 4 mil.
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DC – Como você vai bancar os custos, já que é bem caro?
Mallmann – O curso nos Estados Unidos custa cerca de
US$ 60 mil por ano (R$ 120 mil), mas eu consegui bolsa. Minha primeira opção era a Arizona State University, que está entre as cem melhores do mundo. Como o percentual de bolsa era menor, optei pelo plano B, que é a University of Evansville e consegui 100% de bolsa. Agora estou tentando buscar recursos para me manter, pois as despesas com moradia, livros e alimentação giram em US$ 16 mil por ano
(R$ 32 mil). Estou com uma campanha de arrecadação pela internet (até as 21h de ontem, Willian conseguiu R$ 25 mil).
DC – Como sua família lidou com as aprovações?
Mallmann – Meu pai é motorista e minha mãe é conselheira tutelar. Nenhum pai gosta que o filho vá morar longe. Mas desde o início falei que se não desse certo não iria morar em Campo Erê, pois os grandes polos de comunicação são Rio de Janeiro e São Paulo. Quando passei eles ficaram muito felizes, mas com um aperto no coração.
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DC – Quais dicas você dá para quem quer estudar fora?
Mallmann – Nunca desistir. No começo tinha gente que ria na minha cara quando eu falava que queria estudar fora do país. Vi que muita gente que participa da seleção e não passa acaba desistindo. Por isso estou montando o Lead US Program, um projeto para dar apoio a jovens de alto potencial que queiram estudar no exterior. Ele foi lançado em julho e em agosto o site deve entrar no ar. Terá um blog com dicas de 10 pessoas que estudam nos EUA oferecendo consultoria de como fazer os testes e redações. Não vamos cobrar taxa nenhuma e também vamos tentar patrocínio para bancar o custo das provas.