Amamentar é uma das formas mais singelas de demonstrar amor e de alimentar um bebê. Mas existem mulheres que não têm leite suficiente e precisam recorrer a doações de leite materno. Daiane Stefanelo Scherer, 32 anos, é uma dessas. Em dezembro, nasceram Cecília e Luiza, gêmeas e prematuras, que estão internadas no Hospital e Maternidade Jaraguá.
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Quando nasceram, Daiane tinha leite suficiente e chegou a contribuir para o estoque do banco de leite. Porém, com o passar dos dias, a produção do alimento diminuiu e, agora, ela, assim como outras mães, precisa de ajuda. A preocupação de Daiane poderia ser menor se o banco de leite da instituição não estivesse com estoque 96% abaixo do ideal.
– Ajudei no começo, mas agora são minhas filhas que precisam. É muito importante para a o desenvolvimento delas – diz.
Os motivos para a queda no estoque, segundo a coordenadora do banco de leite, Roseli Schauss, são a baixa no número de doadoras e o defeito na máquina de pasteurização. A máquina faz o aquecimento do leite, o que é importante para manter as propriedades nutritivas e eliminar os micro-organismos – o leite da própria mãe não precisa ser pasteurizado, mas quando vem de outra mulher, precisa.
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Roseli conta que, para os bebês maiores, as enfermeiras precisaram complementar a alimentação com leite artificial, recomendado pelos pediatras.
– Podemos dizer que a situação atual é crítica. Por causa do feriado, uma peça – em conserto – demorou para ser entregue. Tivemos que emprestar o equipamento da Maternidade Darcy Vargas (de Joinville), o que atrasou o processo – relata.
A coordenadora informa que nem todo leite doado pode ser revertido para os recém-nascidos. O leite passa por um rígido controle de qualidade, com o qual são avaliados aspecto e cheiro, medida a acidez e realizados exames laboratoriais para verificar a cultura do leite, se produz micro-organismos. Em janeiro, foram doados 66 litros, porém, depois de passar pelo processo de qualidade, apenas 33 puderam ser utilizados.
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Para uma margem de segurança, o banco deveria ter 50 litros de leite prontos para utilização. Ontem, havia pouco mais de dois litros. Para chegar ao ideal, o número de doadoras, que hoje é de apenas 12, precisa duplicar.
– Teríamos de ter de 25 a 30 doadoras fixas. Precisamos sensibilizar a população. O leite materno é o único que tem o componente que ajuda a passar imunidade à criança e é de mais fácil aceitação – destaca.
Na quinta-feira (14), os congeladores do banco tinham apenas seis potes disponíveis, um de Jaraguá e cinco enviados da Darcy Vargas, além de 15 frascos aguardando liberação. O estoque serve para alimentar os 12 recém-nascidos internados na UTI e na unidade de cuidados intermediários neonatal.
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