No comando do elenco mais jovem entre os times das Séries A e B do Brasileiro, o técnico Hemerson Maria está ciente dos que fazer para manter o controle absoluto das situações. Experiente que é, o treinador do Figueirense blindou os garotos após a primeira derrota no ano e que ocasionou a eliminação na Copa do Brasil, chamando a responsabilidade para si.
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O placar de 1 a 0 para o Luverdense, em Lucas do Rio Verde, bastou para o lado "paizão" do técnico entrar em ação. O volante Kauê, 22 anos, que com Hemerson atua improvisado na lateral direita, se preparava para conceder entrevista à imprensa na beira do gramado do Passo das Emas, logo após o fim do jogo, mas foi impedido pelo treinador de falar. Quem responderia as perguntas seria ele.
– A gente sonhava com o momento de passar de fase. No ano passado foi difícil, e essas vitorias amenizaram. É um momento de tristeza e ficamos abatidos. A partir do momento que entro no vestiário e vejo o Vitor Caetano, o Kauê e o Mateusinho cabisbaixo, tenho que erguer a cabeça e mostrar o caminho para os garotos. Lutamos para conseguir a invencibilidade de nove vitórias. Os jogadores se doam ao máximo. E essa entrega jamais faltou – falou o técnico.
A juventude é visível. Dos titulares, quatro deles são formados no CFT do Cambirela: o lateral Kauê, o zagueiro Pereira, o volante Patrick e o atacante Matheus Lucas. O grupo ainda conta com inúmeros atletas oriundos da base e que já mostraram o valor em campo neste início de temporada. Outros, mesmo que não criados no Figueirense, são novos.
Independente da proteção aos mais jovens do elenco, o comandante do Figueira reconheceu que há condição para evoluir a cada dia, treino a treino. E para chegar a tal conclusão ele aponta o que tem faltado durante os jogos. Apesar de ficar nove partidas invicto, o Alvinegro apresentava situações que eram preciso mais trabalho, dedicação e atenção. Mas nada que tire o sono dele.
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– Concordo que em determinados momentos falta criatividade, o drible, e isso faltou em mais um jogo. É difícil chegar com a bola no último terço de campo. Temos batido nessa tecla, mas esbarra na questão individual de cada um. Mas vem com o tempo. Quando se ajusta, começa atrás e depois chega à frente. É um ponto a melhorar e evoluir – completou o treinador.
Em 10 jogos na temporada, o Figueirense, dos meninos de Maria, acumula seis vitórias, dois empates e apenas uma derrota. A campanha é prova de que esse tropeço pela Copa do Brasil não apaga o bom trabalho desenvolvido neste início de ano. A próxima missão é defender a liderança no Catarinense. No domingo, às 17h, o Alvinegro encara o Criciúma no Orlando Scarpelli, em Florianópolis.