Com mais de dez anos de experiência no universo da moda masculina, Igor de Barros assumiu, no ano passado, esse segmento na Triton. Com passagens por marcas referência como V.Rom, Ellus, Reinaldo Lourenço e Cavalera, sabíamos que ele ia ter muita coisa interessante pra nos contar! Então, entre as provas de roupa e o styling do desfile da Triton no Donna Fashion Iguatemi a equipe do site Barba & Bigode, de Floripa, bateu um papo com ele:
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Barba e Bigode: Na hora de desenhar uma nova coleção, você utiliza algum método criativo específico? Onde você busca suas referências?
Não, eu acho que o processo é bem dinâmico. Um estilista está sempre buscando referências, ele não necessariamente para uma coleção para começar outra, as coisas vão acontecendo. Claro que existe um tema específico que dá o rumo da criação, mas durante a pesquisa de uma, se encontramos algo que chama muito a atenção, pode ser que ela vire o tema da próxima coleção e assim vai.
Barba e Bigode: Você acredita que o segmento de moda masculina está ganhando mais importância e espaço no Brasil?
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Sem dúvidas, acho que o homem tem mais coragem hoje. Vemos, pelo mercado que está surgindo, que o brasileiro está gostando mais de moda.
Barba e Bigode: Durante o tempo que você está no mercado, percebeu mudanças nesse comportamento do brasileiro?
Sim, acho que antes o processo era mais longo, mais difícil. Hoje você vê que tem um interesse, que eles perguntam pelas novidades no masculino, isso antes não acontecia.
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Barba e Bigode: Como você descreveria a moda masculina brasileira?
Ainda muito conservadora, mas que tem muita vontade. Tem muitos apontamentos em termo de modelos, cores, tem muita vontade de mudar. Acho que ainda é muito careta, tem muito o que caminhar.
Barba e Bigode: Qual a peça que você gostaria muito que os homens aderissem aqui no Brasil?
Acho que os homens precisam aprender a compor o look, eles ainda são muito presos no “duas peças”. E é tão legal aprender a usar acessórios, brincar com esses elementos. Por exemplo, é entender que uma peça de manga longa pode ser usada como composição, amarrada na cintura ou no pescoço. Não precisa ficar guardada durante o verão, tentar misturar. Precisa também aprender a usar alfaiataria que eles não gostam nem um pouquinho! Queria muito ver o brasileiro comprando uma calça com um corte um pouco fora do tradicional.
Barba e Bigode: Você acha que as marcas nacionais estão ameaçadas com a entrada de marcas de fora, tanto as de luxo quanto as de departamento, ou isso é bom pra estimular a criatividade da moda brasileira?
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Eu acho que isso é ótimo pra mexer com a cabeça dos empresários, para que eles deixem os estilistas trabalharem de uma maneira mais livre, mais aberta.
Em 2011, durante a São Paulo Fashion Week, Igor recebe no camarim Costanza Pascolato. Foto: Agência Fotosite/Divulgação