A estilista australiana Rosemary Masic, da marca Neveska, despertou a fúria feminina ao afirmar esta semana que suas roupas não combinavam com mulheres que estavam acima do peso. A declaração, feita no L’Oreal Melbourne Fashion Festival, aconteceu logo após o desfile da grife M Line (foto ao lado), especializada em adaptar tendências da moda para mulheres gordinhas.

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Segundo Rosemary, suas coleções não vêm em tamanhos maiores que o 42 para não estimular a obesidade e o comportamento pouco saudável entre as mulheres. A declaração também foi uma crítica a diversas marcas australianas, que desde o ano passado investem pesado em coleções “plus-size”.

– Não faço roupas para mulheres gordas porque não quero estimular esse comportamento pouco saudável. Amo a vida, adoro exercícios e me alimento bem. Sei que ser gordo não é saudável. As mulheres têm a obrigação de cuidar do próprio corpo – afirmou.

As declarações da estilista foram extremamente criticadas, principalmente por psiquiatras e especialistas em transtornos alimentares. Para eles, o pensamento distorcido pode fazer mais mal do que bem e até mesmo aumentar os índices de anorexia e bulimia no país.

A psicóloga Julie Parker, coordenadora da ONG Butterfly Foundation, que cuida de meninas com transtornos alimentares, repudiou o cometário da estilista.

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– Vivemos em uma sociedade obcecada com a magreza e muitas pessoas confundem ser magra com ter saúde. Não são as mulheres que têm que mudar, mas sim este pensamento da indústria da moda – afirmou.

A modelo Sarah Collins, que desfilou para a grife M Line, também protestou, afirmando que todas as mulheres têm o direito de se sentir lindas.

– Só porque não temos um tipo de corpo não quer dizer que não podemos usar roupas da moda. Sou saudável, me exercito, como bem. Junk food não entra na minha boca, mas não consigo emagrecer. É frustrante receber uma crítica destas – disse Sarah.