A estilista paulista Adriana fez no mês passado sua estreia na São Paulo Fashion Week. Graduada em Desenho Industrial, ela dirige uma marca que leva seu nome e se destaca pela modelagem.

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Adriana produz moda praia de luxo (beachwear deluxe), segmento que tem ganho destaque no país. Por e-mail, ela respondeu a algumas curiosidades sobre sua produção.

DC – Como você começou a se interessar por moda? Por que optou pelo beachwear?

Adriana Degreas – Na verdade, eu cai de paraquedas no beachwear. Me casei com empresário do ramo. A família dele tinha uma empresa estabelecida no mercado há 60 anos. Acabei fazendo o caminho inverso: fui da fabricação para a criação.

DC – O beachwear deluxe está conquistando um mercado cada vez maior no Brasil. No exterior, ele continua em alta?

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Adriana – No Brasil, essa nova cultura do beachwear vem, sem dúvida, do mercado externo, que cada vez mais tem explorado isso.

DC – Como está, atualmente, o mercado internacional para as marcas de beachwear brasileiras?

Adriana – Atualmente, o mercado externo vem buscando muito a bossa brasileira, só que agora com mais refinamento. Hoje, somente o handmade não segura mais a onda. As exigências, não somente na qualidade do produto, mas o compromisso de entrega e de pontualidade são fatores principais para ser ter um bom relacionamento comercial.

DC – No seu desfile primavera/ verão 2011, os limites entre beachwear e lingerie se desfizeram. Em coleção apresentada recentemente pela Rosa Chá também se observou algo semelhante. Você acredita que esta fusão é duradoura – pois as estruturas de ambos têm tantos pontos em comum -, ou apenas tendência de momento?

Adriana – Há uma ansiedade muito grande em buscar o novo. Acredito, sim, nessa fusão do beachwear com a lingerie, na invasão de peças masculinas ao guarda-roupa feminino. Isso tudo, se for bem trabalhado, pode ser uma nova proposta de moda praia, o mercado vive em busca do inusitado e do novo.

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DC – Você teve Eva Herzigova e Shirley Mallmann na passarela, ambas mais maduras, louras e, obviamente, muito altas. Quando você cria suas peças, pensa nesses biotipos e faixa etária?

Adriana – A coleção é muito grande e abrange biotipos diferentes. Mas, sem dúvida, no contexto de criação existe uma beleza mais fria, mais madura, talvez mais bem resolvida, características da marca. Todo o meu trabalho é feito para ser desejado, para trazer emoção. Isso tudo traz como resultado o belo, o refinamento, as proporções, etc…

DC – A cintura alta apareceu com força na sua última coleção. Você acredita que as brasileiras irão mesmo aderir às hot pants?

Adriana – A cintura alta para mim é sinônimo de elegância. As hot pants fazem as vezes do maiô, que trazem a cintura mais marcada. Não veio como um artifício para esconder nada, mas, como uma nova peça do beachwear. Não acredito ser peça carro-chefe, mas para brasileiras que buscam ser diferentes, que têm personalidade e que não vão usar somente por que dizem que é fashion.

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