A estiagem que já dura quatro meses em Santa Catarina deve causar uma quebra de 10% na safra de trigo, o que representa cerca de 16 mil toneladas a menos do que as 162 mil toneladas do ano passado, mas com pouco impacto na safra de verão, pois as últimas duas chuvas, no final de setembro e início de outubro, amenizaram a situação. Essa foi uma avaliação da reunião realizada nesta sexta-feira, na secretaria de Agricultura e Pesca de Santa Catarina, com a presença de especialistas da Epagri e lideranças do setor produtivo.
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– O trigo foi o mais impactado, com uma estimativa de quebra de 10%, as lavouras de fumo também foram afetadas, teve um pouco de atraso no milho para silagem, no milho para grão teve perdas pontuais na germinação, principalmente no Extremo Oeste, mas o plantio de soja está bom. A preocupação maior é com o nível dos rios – disse o analista do Centro de Socieconomia e Planejamento Agrícola de Santa Catarina (Cepa/Epagri), Haroldo Tavares Elias.
Há também alguns atrasos no tomate e batata.
De acordo com relatório do Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina (Epagri/Ciram), esse é o período de estiagem mais severo dos últimos 10 anos no estado. Das 46 bacias hidrográgicas monitoradas, somente 25 estão dentro da normalidade. Oito estão em emergência.
– Nós estamos com chuva abaixo da média histórica desde junho. A boa notícia é a previsão de chuva a partir de segunda-feira. A tendência é de uma semana mais chuvosa, com até 50 milímetros de precipitação – afirmou o meteorologista da Epagri/Ciram, Clóvis Correa.
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Em Concórdia a BRF está buscando água no lago de Itá com caminhões. Em alguns municípios há transporte de água em propriedades do interior.
– Aqui deu uma amenizada com as chuvas mas ainda estamos transportando cerca de 40 mil litros por dia para dez propriedades – afirmou o secretário de Agricultura de São Domingos, Aldocir Anghinoni.
De acordo com o secretário de Agricultura do Estado, Ricardo Gouvêa, o governo está monitorando a situação meteorológica e levando informações para que os produtores possam tomar a melhor decisão, além de trabalhar para minimizar os impactos da estiagem, oferecendo crédito para cisternas e irrigação.
Nos últimos cinco anos foram investidos R$ 22 milhões em cisternas e sistemas de abastecimento de água, além da cessão de 465 distribuidores de água para os municípios.
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Somente em 2019 a secretaria também auxiliou no subsídio de juros para investimento de R$ 10,8 milhões em irrigação.