A estiagem em Santa Catarina já deixa pelo menos 80 cidades em extrema e severa seca. Divulgados nesta sexta-feira (7), os números são do Boletim Hidrometeorológico Integrado, relatório quinzenal feito pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico Sustentável do Estado (SDE) e Defesa Civil de SC.

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De acordo com o relatório, apenas 18 municípios, dos 295 catarinenses, estão em condições normais. O número representa apenas 6% do Estado. Outros 81, encaram o início ou o fim da seca, em um estágio mais fraco da condição. 

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A maioria das cidades se encontra em fase moderada, cerca de 39%. Segundo o boletim, esse estágio pode causar danos às culturas, pastagens, córregos, reservatórios ou poços com níveis baixos, algumas faltas de água em desenvolvimento ou iminentes; restrições voluntárias de uso de água solicitadas.

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Classificação do Índice Integrado de Seca (IIS) associado por município/região hidrográfica, referente a data de 05/01/2022
Classificação do Índice Integrado de Seca (IIS) associado por município/região hidrográfica, referente a data de 05/01/2022 (Foto: Defesa Civil, divulgação)

Segundo a colunista Estela Benetti, as perdas agrícolas com a seca superam R$ 1,5 bilhão em SC. O Boletim concluiu que houve uma piora na condição da estiagem em relação aos boletins anteriores, e reforçou a necessidade de ações a longo prazo para mitigar os prejuízos no abastecimento urbano.

“São mantidas a necessidade de mobilizações e medidas de mitigação no sentido de reduzir os impactos da estiagem aos prestadores de serviços neste momento, bem como campanhas de uso racional e consciente por parte dos usuários de recursos hídricos e da população de modo geral”, concluiu o relatório.

Abastecimento de água em nove cidades está seriamente comprometido

A SDE analisou as 247 cidades com Agências Reguladoras dos Serviços de Saneamento Básico, que representam 84% de Santa Catarina. A partir disso, avaliou a capacidade de captação e abastecimento de água e concluiu que nove municípios estão em estado crítico e 17 em alerta.

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Estágio crítico significa que as prefeituras precisam fazer rodízios prolongados de abastecimento, intervenções de infraestrutura hídrica e necessitam de ajuda humanitária. Algumas dessas cidades contam com casas com poços particulares, outras racionaram o uso e outras dependem de caminhão pipa. 

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Os municípios em alerta têm a captação de água reduzida, então têm que fazer manobras para contingenciar a oferta para a população. 

Cidades em estado crítico

  • Águas Frias
  • Concórdia
  • Coronel Martins
  • Maravilha
  • Monte Carlo
  • Planalto Alegre
  • Seara
  • Sul Brasil
  • União do Oeste

A pesquisa apontou que 150 municípios estão em estado de normalidade, 71 em estado de atenção, e 48 não atualizaram sua situação para o levantamento. 

Recomendações para o uso consciente da água

  • Evite banhos demorados. 
  • Mantenha a torneira fechada ao fazer a barba e ao escovar os dentes. 
  • Antes de lavar os pratos e panelas, limpe bem os restos de comida e jogue-os no lixo. 
  • Deixe a louça de molho na pia com água e detergente por uns minutos e ensaboe. Repita o processo e enxágue. 
  • Adote o hábito de usar a vassoura e não a mangueira, para limpar a calçada e o quintal de sua casa. 
  • Não lave o carro durante a estiagem. Caso faça, use balde e pano para lavar o carro em vez de mangueira. 
  • Use regador para molhar as plantas em vez de utilizar mangueira. 
  • Utilize a máquina de lavar somente quando estiver na capacidade total. 
  • No tanque, feche a torneira enquanto ensaboa e esfrega a roupa.
  • Mantenha a válvula de descarga regulada, e conserte imediatamente vazamentos.

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La Niña reduz a chuva no Oeste

A Epagri/Ciram prevê que o calor acima da média seja a marca do verão de 2022. O fenômeno La Niña deixa as chuvas mal distribuídas no Estado, e prejudica a região Oeste — região mais afetada pela estiagem — que terá predominância de dias ensolarados e precipitação abaixo da média.

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