A estiagem vai contribuir com uma redução de 9% na safra de milho, 34% na de batata e 6% na do feijão em Santa Catarina, no comparativo com a safra anterior. Os dados são do relatório divulgado nesta terça-feira (31) pela Epagri.
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No milho a produção, somando safra e safrinha, que foi de 2,89 milhão de toneladas no ano passado, tem estimava de colheita de 2,6 milhões de toneladas, numa queda de 9,88%, devido a estiagem, que reduziu a produtividade em 2,27%, e a uma redução de área de 346 para 338 mil toneladas.
No entanto, há regiões como Lages e Curitibanos com perdas de 25 a 42%. Mais de 80% da safra já foi colhida mas ainda pode aumentar as perdas, segundo relatório.
– Em algumas regiões, como no Extremo Oeste, tivemos produtores com recorde de produção. Teve uma estiagem em setembro, outubro choveu bem, teve uma boa chuva em novembro e outra em dezembro, que pegou a floração do milho e garantiu uma boa safra.
Já na região de Campos Novos até Lages, a estiagem pegou o milho na floração e por isso a quebra foi maior – disse o analista do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Epagri, Haroldo Tavares Elias. Ele também alertou para as perdas em lavouras da safrinha, que é pequena em Santa Catarina, e para silagem, que impactam também na produção de leite.
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O relatório aponta prejuízo nas pastagens de leite mas não estima uma perda. No entanto o presidente do Sindileite (Sindicato das Indústrias de Laticínios e Derivados) de Santa Catarina, Valter Brandalise, disse que há uma redução de 15% pelo período de entressafra e mais 7% pela estiagem, o que representa 500 mil litros de leite por dia.
A implantação das pastagens de verão também estão atrasadas, em quase um mês.
Na produção de batata a queda é de 34% em relação ao ano passado, quando foram produzidas 110 toneladas em Santa Catarina. A estimativa para esta safra é de 72 toneladas, com queda de 30% na produtividade, por falta de água nas lavouras.
No feijão a estimativa é de redução de 6,68% na produção, que cai de 103 para 96 mil toneladas, sendo 5% na produtividade. A segunda safra foi a mais atingida, com queda de 11%.
No fumo a produtividade tem uma perda de 6,7% mas a produção cai pouco, 1,13%, de 208 para 206 mil toneladas.
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A soja tem queda de 0,95%, de 2,35 milhões de toneladas para 2,33 milhões de toneladas.
– A perda na soja foi compensada pelo aumento na área plantada, que aumentou 17 mil hectares, passando de 670 mil para 687 mil hectares – disse o analista do Cepa/Epagri, Haroldo Tavares Elias.
A safra de arroz será a única com produção maior, passando de 1,10 milhão de toneladas para 1,14 milhão de toneladas.
Das 40 estações hidrológicas monitoradas pela Epagri, 22 estão em situação de estiagem, sendo 10 em emergência. Até o dia 30 de março a chuva acumulada não chegou a 100 milímetros em nenhuma região do estado e, em algumas regiões, ficou abaixo dos 50 milímetros. A média é de cerca de 150 milímetros.
Há chance de chuva isolada nesta terça-feira e quarta-feira, principalmente no Oeste e Meio Oeste. Previsão de chuva melhor distribuída na quinta-feira, com a chegada de uma frente fria no estado. Mas pouco resolve os problemas de abastecimento das cidades, pois o sol já retorna na sexta-feira.
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