A produção de leite no Sul de Santa Catarina sofreu queda em função da estiagem, e produtores enfrentam diminuição na receita. Em Braço do Norte e Grão Pará, que correspondem a 50% da produção de leite no Vale do Braço do Norte, os prejuízos ultrapassam os R$ 5,8 milhões. A queda na produção, nas duas cidades, foi de 30%.
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O levantamento é da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) de Tubarão. Em Braço do Norte, a bovinocultura leiteira é praticada de forma comercial em cerca de 415 estabelecimentos rurais. Devido à estiagem, as pastagens que alimentam o gado tiveram pouco crescimento, o que prejudicou a produção.
No relatório de fevereiro até o início de maio, a produção esperada de leite era 12.060.000 litros. Com a redução de 30%, o valor estimado de perdas foi de R$ 4.775.760,00 em Braço do Norte. A prefeitura trabalha para decretar situação de emergência em função da estiagem, para iniciar um programa de construção de cisternas no interior.
– Essa chuva de cerca de 30 milímetros (sexta-feira), mais a previsão para sábado, só ameniza um pouco, vai molhar o pó. Para a semana que vem há previsão de chuva, mas não será suficiente. Mesmo com a chuva muito bem-vinda, continuamos o trabalho para decretar a situação de emergência – explica o secretário de Agricultura de Braço do Norte, Adir Engel.
Na vizinha Grão Pará, a queda na produção de leite também foi de 30%. O prejuízo é de R$ 1.108.800,00 para os produtores, que precisaram investir ainda mais na alimentação dos animais já que a seca prejudicou as pastagens. Por enquanto, esse impacto no custo da produção não deve chegar aos supermercados, segundo o engenheiro agrônomo da Epagri de Tubarão, Gustavo Gimi Santos Claudino.
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Ele explica que em função da pandemia, o consumo dealguns produtos derivados do leite, como o queijo, diminuiu. Claudino cita como exemplo o período em que bares, restaurantes e lancherias ficaram fechados, e os estoques parados nas indústrias de laticínios. Com a retomada gradual, esses produtos estão saindo, e por isso o preço de manteve.
– O produtor está perdendo, são eles que diminuiram a produção em virtude da seca. Estão entregando menos leite, essa época já é um período de diminuição em função do frio, do crescimento de pastagem. A cadeia toda está impactada, mas nesse momento não deve haver reflexo nos preços em virtude do estoque que está disponível – explica Claudino.