O novo esteróide THG, que está no centro de um escândalo do esporte, foi provavelmente criado durante uma pesquisa abandonada por uma empresa dos Estados Unidos há quase 40 anos, disse na quarta, dia 28, o pesquisador que detectou a droga.
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O chefe do Laboratório Analítico Olímpico da Universidade UCLA, Don Catlin, identificou o THG no ano passado em uma pequena quantidade de líquido encontrado em uma seringa fornecida por um técnico de atletismo.
Desde então pelo menos cinco atletas foram punidos pelo uso de THG e outros podem ser castigados, incluindo o recordista dos 100 metros, Tim Montgomery. A tricampeã olímpica Marion Jones também está sendo investigada.
Os principais diretores dos laboratórios BALCO, de San Francisco, e outras duas pessoas, incluindo o treinador da estrela do beisebol Barry Bonds, enfrentam acusações de distribuição do esteróide.
O que parecia ter sido uma tentativa de desenvolver um novo esteróide que não fosse detectado em testes pode ter suas raízes na droga norbolethona, desenvolvida pela empresa farmacêutica Wyeth, mas que nunca foi comercializada.
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– Acho que alguém estava lendo literatura antiga e caiu na norbolethona, e viu o quanto poderosa e potente era em modelos animais e decidiu sintetizar – disse Catlin em conferência telefônica. – Eles tinham acesso a materiais e não tiveram problemas para trabalhar – revelou.
A Norbolethona foi aparentemente desenvolvida pela primeira vez em 1966, quando pesquisadores tentavam verificar se a droga poderia tratar pessoas com peso ou altura abaixo da média.
Dois porta-vozes da empresa disseram que nunca ouviram falar sobre a droga.
– A Wyeth nunca a colocou no mercado, parou sua produção e ficou inativa por todos esses anos – disse Catlin. – Há claramente uma relação entre norbolethona e THG porque quando se faz THG, se você deixar a reação ocorrer por muito tempo, consegue norbolethona – explicou.
A origem do THG continua sendo um dos mistério do escândalo do laboratório BALCO. O dono do laboratório, Victor Conte, é um ex-músico de funk que passou muitas horas estudando nutrição.
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Qualquer alquimista dos esteróides poderia encontrar dezenas ou milhares de esteróides perdidos, segundo Catlin.
– Quando as companhias de remédios estavam realmente ativas, há 20 ou 30 anos, na química dos esteróides, faziam quantidades enormes – disse. – Eles pegavam uma molécula e mudavam um pequeno átomo e depois faziam uma outra pequena mudança; eles faziam centenas de mudanças e descreviam tudo em longos documentos – comentou.
As informações são da agência Reuters.