Promotora de eventos, advogada de celebridades e de causas da família. A lista de profissões, assim como de crimes pelos quais Joselma Isadora Ornellas Wiedmann é acusada, é extensa. A gaúcha de 45 anos foi presa no final da tarde desta quinta-feira em uma esquina no Centro de Florianópolis, onde arrumava o cabelo. Segundo o delegado Raphael Werling da Divisão de Defraudações da Polícia Civil de Santa Catarina, os crimes em que ela estaria envolvida desde 2014 já somam pelo menos R$ 100 mil em perdas.
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Antes de ser presa por falsificação de documentos pessoais, Joselma Wiedmann já respondia por dois processos de estelionato. Um deles por um evento de encantador de cães em Florianópolis, em 2014, e outro por um evento de menor porte, também na Capital. Nos dois, o dinheiro de investidores foi coletado, mas o evento nunca saiu do papel.
Joselma foi presa em flagrante e encaminhada para o prédio da DEIC, onde segue detida. O delegado Raphael Werling entrou com um pedido de prisão preventiva da suspeita que deve ser analisado ainda hoje.
— Um dos processos que temos abertos contra ela está suspenso porque não conseguíamos encontrá-la para depor. Espero que acatem o pedido dessa vez. Ela é uma estelionatária recorrente.
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A Polícia Civil chegou à suspeita através da Ordem dos Advogados do Brasil de Santa Catarina (OAB/SC). A entidade de classe foi contatada por duas vítimas que estavam desconfiadas. A equipe de fiscalização do órgão verificou que Wiedmann não possuía registro profissional e comunicou às autoridades
Advogada de celebridades como Ivete Sangalo
Mais recentemente, Joselma teria saído do mundo dos eventos e entrado na advocacia. Segundo as investigações da DEIC, ela teria falsificado documentos da OAB e possuía uma tabela de honorários que chegam a R$ 7 mil para um pedido de divórcio. Nesse quesito ela atendia causas mais ligadas a direito da família.
Mas como advogada o que mais chama atenção são os golpes aplicados como falsa representante de Ivete Sangalo. Investigações mostram que recentemente, Joselma – que passou a atender como Isadora Alworth al Thani – teria recebido valores significativos para levar duas pessoas para o trio elétrico da cantora no Carnaval de Salvador. Ela também afirmava ter um escritório na 5ª Avenida, endereço mais caro e cobiçado dos Estados Unidos.
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Segundo o delegado Werling, Joselma afirmou em depoimento que apenas prestava consultorias e não atuava diretamente como advogada titulada. Mais tarde ela utilizou do direito de se manter calada e só responderá em juízo pelos inquéritos.