Em café da manhã com jornalistas, nesta quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro fez questão de receber os profissionais, no Palácio do Planalto, ao lado do vice Hamilton Mourão. Ele procurou desfazer o clima de desentendimento entre os dois.
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Vários assuntos polêmicos que têm dominado a pauta política do governo foram tratados. Sobre o vereador Carlos Bolsonaro, ele afirmou que o filho tem direito à liberdade de expressão, mas admitiu que tem tentado “contê-lo”. Bolsonaro tentou amenizar o suposto comando de Carlos sobre suas redes sociais.
Sobre Mourão, o presidente afirmou que o “casamento” é até 2022 — no mínimo.
A seguir, destaques da entrevista de Bolsonaro aos jornalistas, segundo relato do diretor de Jornalismo da CBN, Ricardo Gandour, um dos profissionais presentes à entrevista:
Desentendimentos com o vice e tuítes polêmicos: Jair Bolsonaro recebeu os jornalistas ao lado do vice-presidente Hamilton Mourão, e procurou pôr panos quentes nos desentendimentos entre eles. Disse que seu filho, Carlos Bolsonaro, que nas redes sociais não tem poupado críticas a Mourão, “tem a liberdade de expressão dele”. Questionado sobre a atuação do filho nas sua própria conta do Twitter, Bolsonaro disse que o filho “tem colaborado”. A todo momento, Bolsonaro tocava no braço de Mourão, incentivando-o a falar. O vice-presidente, por sua vez, afirmou que “expressa sua opiniões” e que isso “faz parte do jogo”.
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Sobre os tuítes de Carlos Bolsonaro, o vice-presidente disse, ainda, que “ele tem o direito de falar”, que faz críticas, e que com algumas ele concorda, com outras não, mas não quis dar exemplos específicos.
Democracia: Bolsonaro abriu o encontro dizendo que “em que pesem os percalços, não podemos apagar a chama da democracia”. Também destacou que não tem sede pelo poder, e que “está presidente até 2022” – último ano do mandato para o qual foi eleito.
Olavo de Carvalho: O presidente se restringiu a dizer que “algumas afirmações dele não estão colaborando”.
Previdência: aos jornalistas, o presidente se disse satisfeito com o resultado das votações na CCJ da Câmara. Afirmou, ainda, que tem conversado com o ministro da Economia Paulo Guedes. Ele chamou atenção dos jornalistas ao admitir que a economia com a reforma pode ser de R$ 800 bilhões, e que isso “já representaria um ponto de inflexão para o Brasil”. Os dados chamam atenção porque Guedes tem batido na tecla de R$ 1 trilhão em economia com as mudanças nas regras da aposentadoria no Brasil.
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Rodrigo Maia: Bolsonaro repercutir as declarações do presidente da Câmara ontem na GloboNews. Maia afirmou que o presidente deveria se envolver mais na tramitação do projeto. Ao que Bolsonaro ponderou: “não quero protagonismo, não. A bola está com o Rodrigo Maia”. E ainda arriscou a mudar o discurso sobre a nova política. Disse que não quer falar mais em velha ou nova política, mas em política.
Acordos em emendas: sobre os supostos R$ 40 milhões por parlamentar que seriam liberados em emendas em troca do apoio à nova Previdência, também adotou discurso de ponderação. Disse que é preciso ver se não tem orçamento impositivo misturado e acumulado em três anos.
Preço dos combustíveis: Bolsonaro afirmou que o governo federal “toma pedradas” em relão ao tema, mas que “os grandes vilões são os estados e suas tarifas de ICMS”. “Mas não vou impor nada aos estados, tem que haver uma conscientização”, ponderou.
MP da liberdade econômica: Bolsonaro adiantou que o governo prepara o que chama de MP da Liberdade Econômica, um pacote de desburocratização para facilitar a vida dos empreendedores. Essa MP incluirá também uma proposta de regulamentar agentes financeiros nos municípios, tecnicamente “empresa Simples de crédito”. Chegou a citar que isso seria uma forma de fazer frente aos agiotas, que atuam no microcrédito.
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Reforma Trabalhista: Jair Bolsonaro elogiou a reforma feita no governo Temer, disse que ela já “melhorou um pouco” a vida dos empresários, “que antes perdiam toda e qualquer ação trabalhista”.
Projeto anticrime de Sergio Moro: Bolsonaro disse que prepara “um ou dois projetos de lei” adicionais ao projeto original do ministro, com o intuído de melhor proteger o policial em ação (na linha do excedente de ilicitude), que, segundo ele, projeto de Moro não contempla. Os PLs irão também deliberar sobre o uso de drones em operações policiais.
Milícias: o presidente afirmou que, no passado, “a população gostava das milícias”, num sentido de uma proteção, mas que hoje “viraram um braço do crime organizado e têm que ser combatidas”.
Ministro do Turismo e laranjas: Sobre as denúncias envolvendo o atual ministro do Turismo, de que teria usado e financiado candidaturas laranjas nas últimas eleições, ele disse que “aguarda um relatório mais robusto” da Polícia Federal. Que será reforçada: Bolsonaro anunciou que será aberto concurso para 1.000 novas de policiais federais.
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Homenagem vetada em Nova York: Bolsonaro declarou que “a homenagem é da Câmara de Comércio Brasil–Estados Unidos e que, claramente, o prefeito, que é anti-Trump, procurou intervir na questão do local. Eu recebo na praia ou na praça”.