“Estaremos prontos para retomar as coletas no próximo verão”, diz pesquisador gaúcho

Dois dias após o incêndio que atingiu a Estação Comandante Ferraz, na Antártica, o pesquisador da Unisinos César Rodrigo dos Santos afirmou que a equipe estará pronta para retomar as pesquisas no próximo verão.

Os três representantes da Unisinos na base brasileira, César Rodrigo dos Santos, Aparecida Basler e Gabriela Werle, participaram de um chat no site de Zero Hora na tarde desta segunda-feira e responderam a dúvidas dos leitores sobre o incidente. A equipe gaúcha, que estava há 20 dias na estação e que ficaria até 7 março, realizava uma pesquisa científica sobre aves marinhas.

– Estamos trabalhando na Antártica há 30 anos. Temos diversos dados de monitoramento, mas também pesquisas inovadoras e de base. A gripe aviária era um dos temas que estávamos pesquisando – comentou César.

Os cientistas explicaram que, apesar de a estrutura da base brasileira ter manutenções e de os militares serem capacitados para combater incêndio, o fogo na Antártica se torna um fator muito preocupante em função do vento e do clima seco.

– Foi muito terrível ver toda a estação queimando e todos os pesquisadores ali olhando, sem poder fazer nada. O trabalho de anos e todas as nossas coisas pessoais se perderam e, principalmente, dois colegas que ficaram lá dentro morreram – lamentou o cientista que saiu do local apenas com as roupas do corpo e pequenos pertences que tinham em mãos.

De acordo com os pesquisadores, o material perdido por eles corresponde a um trabalho desenvolvido desde outubro de 2011. Em nome do grupo, o biológo disse aos leitores que, mesmo estando quase sem dormir e comer direito desde o dia do incidente, a equipe já se sente pronta para recomeçar.

– Ainda é muito recente a perda e tudo mais, mas estaremos prontos para retomar as coletas no próximo verão. Embarcados em navios, se for o caso – garantiu.

Os pesquisadores agradeceram a solidariedade dos brasileiros e garantiram que farão o possível para que o país continue com as pesquisas na Antártica.

Confira o chat na íntegra:

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