Cotado para presidir o Senado no próximo ano, o catarinense Esperidião Amin (PP) disse que não fez qualquer articulação nesse sentido, mas aceitaria a missão de bom grado.

Continua depois da publicidade

— Fico muito feliz quando pessoas como você, inteligentes, espalham essa ideia — respondeu Amin ao jornalista Renato Igor. — Sei que há o famoso “ventilado”, e não vou pedir para desligar o ventilador.

Amin acrescenta que sua experiência e ausência de vínculo com qualquer grupo econômico o habilitam a “ser útil ao país”.

— Não tenho nada para barganhar, ninguém para indicar.

Ouça a entrevista:

Continua depois da publicidade

Senador eleito com 1.226.064 votos, Amin analisou o resultado das eleições.

— O recado das urnas foi eloquente, veemente. Um recado para todos nós recebermos com muita humildade. O povo disse não a uma porção de cosias, e o Bolsonaro interpretou muito bem.

Amin destacou a referência do presidente eleito ao artigo 85 da Constituição, que trata do livre exercício dos poderes constituídos da República. Por isso, espera uma montagem de equipe no futuro governo com menos indicações políticas.

— Ao aceitar cotas de nomeação de parlamentares para o executivo, o presidente está comprometendo o livre exercício do mandato. Ajudei a escrever uma proposta, com o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), que diz o seguinte: é crime de responsabilidade o parlamentar solicitar ou subscrever indicação para cargos em outros poderes.

Depois de fazer campanha para o candidato derrotado ao governo do Estado Gelson Merisio (PSD), Amin promete torcer pelo sucesso do eleito Carlos Moisés da Silva e ajudá-lo se for procurado:

Continua depois da publicidade

— Sou torcedor do meu Estado. Vou ajudar em tudo o que puder, pois esse é meu dever como representante do Estado.

Para Amin, o novo governo catarinense é uma incógnita:

— Temos muito mais dúvidas quando ao Comandante Moisés do que em relação ao Bolsonaro. Bolsonaro já tem ministro da Fazenda, ministro da defesa, chefe da Casa Civil nomeados. Onyx Lorenzoni tem casa aqui, na Praia Brava, é meu companheiro de supermercado.

E complementou, em alusão ao apoio não-declarado do MDB a Moisés no segundo turno.

— Sabemos que o MDB não vai estar no governo Bolsonaro. Ele conhece muito bem o MDB, principalmente do Rio de Janeiro.