Cerca de 250 pessoas deram um abraço simbólico no prédio do Centro de Pesquisas Oncológicas de Santa Catarina (Cepon) no bairro Itacorubi, em Florianópolis. Eram familiares, amigos e pacientes que dependem dos serviços oferecidos na unidade que, segundo eles, estão prejudicados por causa da dívida de mais R$ 55 milhões da Secretaria Estadual da Saúde com a FAHECE. A Fundação de Apoio ao Hemosc e ao Cepon diz não receber verbas de custeio desde o ano passado.

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O presidente da Associação dos Amigos de Pacientes de Câncer de Santa Catarina – ASPAC, Ivar dos Santos, afirma que consultas e cirurgias já precisaram ser desmarcadas e até o banho dos internados tem sido racionado.

“Se não pudermos usar o serviço do Cepon vamos ter que aguardar seis, oito meses numa fila comum de qualquer hospital do Estado. Pra quem sofre de uma doença e luta contra o tempo, isso é o mesmo que nos dar uma sentença de morte”, desabafa.

Além dos pacientes, os próprios dirigentes das unidades afetadas pela falta de dinheiro estão preocupados com a situação. Denise Gerent é diretora do Hemosc, órgão gerido pela FAHECE, e diz que as coletas externas de sangue, plaquetas e medula já foram suspensas: “Só podemos atender na sede em Florianópolis. Temos estoque, mas se a situação não melhorar, a disponibilidade de sangue nos hospitais pode ficar ameaçada”, afirma.

A Fundação de Apoio ao Hemosc e ao Cepon espera receber R$ 12 milhões até a próxima quinta-feira para retomar os serviços prejudicados. Outros R$ 6 milhões são esperados até o dia 15 deste mês e a partir daí a esperança é que os repasses mensais de doze milhões de reais sejam pagos regularmente até o dia 4 de cada mês. Quanto aos valores pendentes, a intenção é negociá-los até o final do ano.

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