O presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, declarou, nesta sexta-feira, que o mundo está perdendo a luta contra o vírus ebola por falta de solidariedade internacional. Durante coletiva de imprensa na sede da OCDE, em Paris, Kim afirmou que “alguns países só estão preocupados com suas próprias fronteiras“, o que é “muito preocupante”.
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Para ele, esses países “ainda não tomaram consciência da necessária solidariedade” internacional na luta contra o vírus.
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ONU pede maior esforço financeiro ao mundo
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu à comunidade internacional um maior esforço financeiro contra o ebola, ao criticar o fato de que apenas 100 mil dólares foram entregues a um fundo especial para combater a doença.
A quantia corresponde ao valor repassado pela Colômbia, único país que efetivou a contribuição ao fundo, que pretende alcançar 20 milhões de dólares para ter liquidez imediata em caso de necessidade de medidas urgentes.
– Dezenas de países expressam solidariedade, mas temos que transformar as promessas em atos. Precisamos de mais médicos, enfermeiros, materiais, centros de tratamento – disse Ban.
A ajuda humanitária precisa de um bilhão de dólares para combater de maneira eficaz a epidemia. Porém este fundo da ONU recebeu apenas 38% da ajuda necessária (377 milhões dos 988 milhões solicitados). Os principais doadores são o Banco Mundial (105 milhões), Estados Unidos (90 milhões), o Banco Africano de Desenvolvimento (45 milhões) e doadores privados (34 milhões).
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Para Kofi Annan, se a epidemia atingisse outro continente, a resposta seria mais rápida
O antecessor de Ban, Kofi Annan, criticou a lentidão da resposta dos países ricos à epidemia na África.
– Se esta crise tivesse atingido outra região, a gestão provavelmente teria acontecido de maneira muito diferente. Se observarmos a evolução da crise, a comunidade internacional não despertou até que a doença chegou aos Estados Unidos e Europa – comentou.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença provocou 4.493 mortes em 8.997 casos diagnosticados em sete países (Libéria, Serra Leoa, Guiné, Nigéria, Senegal, Espanha e Estados Unidos).
A OMS teme um aumento drástico do número de contaminações na África ocidental, de mil atualmente para quasse 10 mil novos casos semanais até dezembro.
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*AFP