Na corrida contra o tempo na coleta de assinaturas que apoiem a criação da Rede Sustentabilidade como novo partido político brasileiro, a ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva esteve em Florianópolis nesta sexta-feira. Os sete mil voluntários da Rede conseguiram, até agora, recolher 263 mil das 500 mil assinaturas exigidas pela legislação. Ao mesmo tempo, Marina busca apoio de outros partidos, como PV, PSOL, PPS e PMN (os dois últimos em processo de fusão para formação do MD) na primeira fase rumo às eleições presidenciais de 2014.

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Diário Catarinense – Qual está sendo a estratégia da Rede para coleta de assinaturas em Santa Catarina?

Marina Silva – Estamos trabalhando com processos de mobilização voluntária. Temos um grupo de jovens bastante significativo atuando sobretudo nas universidades. Também temos mobilizadores em vários municípios e no interior do Estado e, aqui na Capital, estamos fazendo a coleta nas ruas. Teremos também todo um esforço através das mídias sociais, onde as pessoas se cadastram para fazer esta mobilização. No Brasil inteiro, temos mais de 7 mil mobilizadores voluntários coletando as assinaturas.

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DC – O prazo para coleta de assinaturas previsto pelo Rede é julho. Esta antecipação de dois meses do prazo legal faz parte da estratégia?

Marina – É uma estratégia para que a gente possa ter o sentido de urgência. O ideal é que a gente consiga essas assinaturas até final de junho, começo de julho. O processamento dessas fichas para a Justiça Eleitoral é complexo, para se poder alcançar o registro definitivo. Mas, pelo andar da carruagem, haveremos de conseguir. Temos uma solidariedade muito grande das pessoas, as pessoas têm entrado no nosso site, baixado a ficha e enviado para o endereço mais próximo, listado na internet. Já temos 263 mil assinaturas. A média dos partidos que se estabeleceram é de oito meses a um ano para conseguir esse resultado. Nós conseguimos em dois meses e meio, o que é muito significativo. Tenho muita certeza de que iremos conseguir as assinaturas, obviamente que dependendo da mobilização e dessa solidariedade que nós estamos encontrando em todos os lugares por onde estamos passando.

DC – Se a Rede não for formada a tempo, a senhora cogita a possibilidade de concorrer às eleições do ano que vem com outra sigla?

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Marina – Neste momento, estamos inteiramente focados no plano A, que é a Rede Sustentabilidade. Não estamos considerando essa história de plano B. Se Deus quiser, vamos conseguir as assinaturas e, como não estou no lugar de candidata, nem na cadeira cativa de candidata, quando tivermos o partido, vamos fazer a discussão de quem será o candidato. Obviamente meu nome é uma possibilidade, mas é ainda uma possibilidade.

DC – O projeto de lei que tenta barrar a criação de novos partidos foi uma tentativa de impedir diretamente a Rede nas próximas eleições?

Marina – É claramente uma manobra. A sociedade percebe assim, uma boa parte dos especialistas percebe assim. Até a criação do partido do PSD, do ex-prefeito Kassab (Gilberto Kassab, de SP), não havia essas exigências. O governo até ajudou a viabilizar a criação deste partido, aprovou uma quantidade enorme de cargos no Congresso para poder formar os assessores da liderança do partido do Kassab. E, em seguida, apresentou um projeto de lei pra evitar que a Rede Sustentabilidade e o Solidariedade tenham acesso ao tempo de televisão e ao fundo partidário. É uma lei casuística, uma espécie de dois pesos e duas medidas contrários a uma força política que tem o direito legítimo de se organizar e poder divulgar suas ideias, como os demais partidos.

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