O novo responsável pela Secretaria de Infraestrutura de Santa Catarina, Carlos Hassler, afirmou em entrevista ao NSC Notícias que os investimentos para as obras do Estado neste ano serão tentados "tanto de parcerias com a iniciativa privada quanto com recursos de fomento, de investimento, por bancos ou organismos internacionais".

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Tratada como prioridade pelo governador Carlos Moisés (PSL), o desenvolvimento de obras de infraestrutura servirá, de acordo com Hassler, como uma "mola" que vai impulsionar a economia e trazer recursos para investir em outras áreas.

Sobre o atraso nas obras de acesso ao aeroporto Hercílio Luz, em Florianópolis, o secretário afirmou que a equipe já tem ações para atacar o principal problema: as desapropriações. Perguntado se a obra de acesso ficará pronta junto com o novo terminal, ele lembrou que o acordado inicialmente era o fim deste ano e que o Estado trabalha para atender o prazo.

O coronel do Exército Brasileiro foi anunciado secretário de Santa Catarina em 20 de dezembro de 2018. A pasta que comanda desde 1º de janeiro absorveu a Secretaria de Planejamento.

No exército desde 1984, Hassler comandou o 10º Batalhão de Engenharia de Construção em Lages. Dentre as obras que participou, estão a construção do molhe do Porto de Imbituba, a estrutura para atracação de navios no porto de São Francisco do Sul, a pavimentação da rodovia SC-114 (na Serra catarinense) e a recuperação da rodovia de acesso ao Morro da Igreja em Urubici.

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Na segunda-feira, o secretário da Educação, Natalino Uggioni, foi o primeiro a comparecer à série de entrevistas. Depois foi a vez de Helton de Souza Zeferino, da Secretaria de Estado da Saúde. A terceira entrevista foi com o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Araújo Gomes, que este ano preside o Colegiado Superior de Segurança Pública.

Confira a entrevista com o secretário da Infraestrutura Carlos Hassler:

O senhor diz que tem experiência nas áreas de engenharia e execução de obras de infraestrutura. Que experiência é essa que lhe habilita a comandar a Infraestrutura do Estado?

Tive a oportunidade de comandar o então 10º Batalhão de Reconstrução, atualmente 1º Ferroviário, que retomou a sua denominação histórica. O Ferrinho, lá de Lages. E nesse batalhão tive a oportunidade de estar sendo preparado para execução deste cargo que assumimos agora. Porque lá eu justamente fazia como aqui na pasta de infraestrutura: gerenciar, coordenar e tocar as obras do Estado.

O governador Moisés diz que elegeu a Infraestrutura como prioridade. Como o senhor conseguirá cumprir essa escolha sendo que no orçamento de 2019 a área não foi contemplada entre as prioridades?

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Isso tudo vai ser trabalhado nesse primeiro momento buscando recursos tanto de parcerias com a iniciativa privada quanto com recursos de fomento, de investimento, por bancos ou organismos internacionais. A ideia é buscar aportes financeiros dessa forma. E dentro da política do governador Moisés nós esperamos que a medida que a administração for construindo o projeto de governo atual, esses recursos vão começar a aparecer como fruto do próprio investimento na infraestrutura. Aumentar a economia, gerar riqueza, gerar recolhimento e esse recolhimento pode estar sendo revertido novamente para infraestrutura e também para as outras áreas: saúde, educação, segurança, que são realmente a obrigação do Estado. Mas a infraestrutura, e por isso que o governador coloca como prioridade, é a mola que vai fazer com que hajam os recursos para se investir nas outras áreas.

O novo aeroporto ficará pronto em agosto e as obras do acesso ao novo terminal não. O senhor pretende reverter isso?

Na verdade, um entrevistado falou que a situação preocupa. Nós temos um ditado, o governador Moisés, que preocupar-se não é ação tática. Ação tática é atacar, defender. Ou seja, verbos no imperativo e que demandam ação. Então nós já tomamos pé dessa obra em particular. Nós temos algumas ações traçadas com relação ao principal problema, que é a desapropriação, que a comunidade tem acompanhado há um bom tempo. E nós entendemos que essa ações, sendo efetivas, aí é importante dizer que não é um problema da Infraestrutura. É importante a comunidade entender: a infraestrutura não é um problema do secretário, é nosso. Por isso o próprio governador deu diretrizes e nós vamos estar buscando conversas com o Judiciário, com a Promotoria, com (os órgãos de) meio ambiente, de modo que todos juntos construam a solução.

O senhor vê possibilidade de entregar o acesso junto com o terminal?

Estamos trabalhando para isso, apesar de não ser uma obrigação nossa. É sempre importante colocar que o cronograma elaborado e inicialmente acordado para esta obra era o final do ano. E a iniciativa privada, com seu meios e facilidades não atreladas a nossa máquina administrativa e a nossa legislação, conseguiram antecipar. Nós vamos fazer o possível para também atendermos isso.

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