A disputa dos Estados interessados em abrigar a fábrica e o centro de pesquisa e desenvolvimento (P&D) de medicamentos biotecnológicos da BioNovis, empresa criada no ano passado pela associação dos laboratórios nacionais EMS, Hypermarcas, União Química e Ache, aumentou bem nos últimos meses.

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Além de São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina, inicialmente cotados, a lista de candidatos foi ampliada por Minas Gerais, Goiás e Rio Grande do Sul. O projeto prevê investimentos de R$ 1 bilhão em oito anos.

– Aqui não é incentivo fiscal que faz a diferença. Existem pré-requisitos técnicos que precisamos avaliar antes – afirma Odnir Finotti, presidente da BioNovis.

E o fundamental, segundo ele, é a capacidade instalada da região em fazer inovação. Também vai pesar na decisão a existência de infraestrutura de estradas, aeroportos, portos e atrativos de mão de obra especializada, entre outros.

Primeira grande empresa brasileira a ingressar no mercado de remédios biotecnológicos (feitos a partir de células vivas), a BioNovis já nasceu com vocação para ser uma empresa global. Em cinco anos, ela quer ser o maior laboratório de biotecnologia da América Latina e, em dez anos, competir em escala mundial. ê um mercado de US$ 180 bilhões no mundo e de US$ 4 bilhões no Brasil, que hoje depende exclusivamente da importação desses produtos.

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A primeira etapa do projeto prevê investimentos de R$ 500 milhões para construção da fábrica e do laboratório de P&D, realização de estudos clínicos e formação de mão de obra, entre outras destinações. Em oito anos, o projeto vai consumir mais de R$ 1 bilhão, dos quais 60% a 70% dedicados a pesquisa. O início das obras está previsto para o segundo trimestre deste ano.

O projeto tem o apoio do governo federal, por meio do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que poderia ter uma participação como sócio da empresa.

A BioNovis espera ter o primeiro medicamento de biotecnologia produzido no país em 2016, afirma Finotti. O foco da empresa é produzir a tecnologia para a fabricação dos medicamentos. Mas para iniciar as operações, ela negocia contratos de transferência de tecnologia de produtos cuja patente venceram, conhecidos como biossimilares.