A Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania informou ter definido na terça-feira à tarde a empresa vencedora da licitação para instalação definitiva de câmeras de vigilância e de outros equipamentos eletrônicos no Presídio Regional de Joinville – já há câmeras, mas elas têm funcionado de forma provisória.

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A pasta não quis divulgar o nome da empresa vencedora nem custos até à noite, alegando que havia detalhes do processo de licitação ainda em aberto. O pregão presencial ocorreu em Florianópolis.

De acordo com a assessoria de imprensa da secretaria, três empresas concorreram à licitação e a vencedora deve instalar os equipamentos no prazo de 20 dias.

Estão na lista de equipamentos sistema de segurança por circuito fechado de televisão digital, interfones para parlatórios (as cabines onde advogados podem conversar com presos) e portões automáticos. A empresa também terá de fazer a manutenção do sistema e treinar funcionários para operá-lo.

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Um assessor da secretária de Estado da Justiça e Cidadania, Adda Faraco de Lucca, afirmou que ela estava em reunião na noite noite terça e não iria comentar o assunto. O diretor do Departamento Estadual de Administração Prisional (Deap), Leandro Soares Lima, não atendeu aos telefonemas de “AN”.

Já o diretor do presídio, Cristiano Teixeira da Silva, disse desconhecer detalhes do processo licitatório, apesar de a vistoria técnica na unidade ter sido agendada para a última segunda-feira.

O sistema de monitoramento para a unidade no bairro Paranaguamirim foi anunciada em outubro de 2011, dentro de um pacote com outras melhorias, ao fim de uma intervenção do Estado que durou 15 dias.

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No ano passado, o presídio acumulou uma série de sete fugas, durante as quais 22 detentos escaparam. Entre as outras melhorias, estavam uniformes para os presos (ainda não entregues), adequação na iluminação do prédio e mais viaturas para os funcionários.

Bloqueador de celular

Neste ano, foram registradas três fugas da unidade. A última ocorreu em 22 de abril, quando quatro presos fugiram em plena luz do dia. Dois foram recapturados. Três dias antes, agentes prisionais haviam conseguido frustrar a fuga de quatro detentos – um deles chegou a pular o muro do presídio.

A primeira fuga do ano ocorreu em março, quando um traficante de 30 anos conseguiu escapar depois que um grupo de detentos quebrou uma parede que dá acesso à parte superior do pavilhão B.

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Não faz parte desta lista de equipamentos licitados a instalação de um bloqueador de celulares, anunciada cinco dias depois de “A Notícia” revelar diálogos de presos por meio de chats na internet, na série de reportagens “Diálogos Proibidos”.

A promessa do diretor do Deap, feita no dia 14 de abril, é de que o bloqueador entre em funcionamento em 90 dias. Ainda não há informação sobre se a contratação se dará por meio de licitação ou por cartas-convites direcionadas a empresas.