Dois generais iraquianos morreram nesta quinta-feira em um atentado suicida reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI) na província de Al-Anbar, um reduto dos jihadistas, que também avançam na Síria.
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O general Abdelrahman Abu Raghif, número dois do comando militar na província, e o general de brigada Safin Abdulmajid, comandante da décima divisão, morreram na explosão de um carro-bomba nos subúrbios de Al-Jaraishi, ao norte da capital provincial, Ramadi.
Outros “mártires heroicos” morreram no atentado, segundo um comunicado militar, que não cita um número específico.
Em um comunicado divulgado na internet, o EI, que controla Ramadi e quase toda a província de Al-Anbar, afirma que o ataque contra um quartel-general do exército foi cometido por quatro suicidas.
Na ofensiva de junho de 2014, os jihadistas assumiram o controle de áreas do país, sobretudo ao norte e ao oeste, mas Ramadi não caiu na época, o que aconteceu apenas em maio deste ano, após quase um ano de resistência dos militares.
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As operações para recuperar Ramadi não tiveram sucesso, apesar do envio de quase 3.000 soldados iraquianos treinados e equipados pela coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos.
A coalizão ataca há mais de um ano as posições jihadistas nesta região de fronteira com a Síria.
Avanço jihadista na Síria
Do outro lado da fronteira, o EI avança na região norte da Síria, onde assumiu o controle de cinco localidades controladas pelas forças rebeldes e entrou na periferia de uma posição chave, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
A ONG citou “dezenas” de vítimas nas fileiras rebeldes, mas não possui números sobre as baixas do EI.
Os jihadistas tomaram o controle de três localidades perto de Marea e entraram na periferia desta cidade, com a explosão de um carro-bomba nesta quinta-feira, segundo o OSDH.
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Também se apropriaram de outras duas aldeias mais ao norte, na província de Aleppo (norte), perto da fronteira com a Turquia.
Os jihadistas, que declararam um “califado” nos territórios que controlam no Iraque e na Síria, avançam, apesar do anúncio da Turquia e dos Estados Unidos da criação de uma zona sem o EI na província de Aleppo.
O plano tem o apoio de várias forças rebeldes, sobretudo da influente Ahrar al-Sham. A Frente Al-Nosra, que luta contra o EI, rejeitou a medida e inclusive abandonou algumas posições para não ter envolvimento, deixando algumas áreas nas mãos de outra facção insurgente.
Ao mesmo tempo, o regime sírio e os rebeldes concordaram com um cessar-fogo de 48 horas em três localidades.
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Os combates e lançamentos de foguetes cessaram em Zabadani, reduto rebelde próximo a Damasco, e nas localidades xiitas de Fua e Kafraya, na província de Idleb, sob controle do regime do presidente Bashar al-Assad, informou o OSDH.
De 12 a 15 de agosto aconteceu uma primeira trégua, que não foi respeitada por divergências sobre a libertação de prisioneiros.
Mais de 240.000 pessoas morreram na guerra na Síria e centenas de milhares estão detidas. Quase quatro milhões de sírios fugiram para o exterior.
O conflito começou em março de 2011 com manifestações pacíficas reprimidas duramente pelo regime e com o tempo se complicou com várias frentes, nas quais estão envolvidos o regime, as forças rebeldes, os curdos e diversos grupos jihadistas.
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* AFP