O grupo ultrarradical Estado Islâmico (EI) reivindicou em um vídeo postado na internet neste domingo a execução por decapitação do refém americano Peter Kassig e de ao menos 18 soldados sírios. O vídeo de 15 minutos, que ainda não teve a sua autenticidade confirmada, foi veiculado pelo órgão midiático dos grupos jihadistas Al-Furqan.
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Em setembro, extremistas anunciaram decapitação de britânico
Ele começa com a história do nascimento do EI no Iraque, após se desligar da rede Al-Qaeda, e evoca seu envolvimento na guerra da Síria antes de mostrar a decapitação em massa de “soldados de Bashar” e a do refém americano, sequestrado na Síria em 2013. Nas imagens, um homem mascarado aparece em pé ao lado de uma cabeça decepada, alegando ter decapitado Peter Kassig.
“Este é Peter Edward Kassig, um cidadão americano de seu país”, afirma o homem mascarado de sotaque britânico, que associa este assassinato ao envio de conselheiros americanos para ajudar as tropas iraquianas em sua guerra contra o EI.
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Não é possível saber, neste momento, se trata-se do Jihadi John, o suposto assassino dos jornalistas americanos James Foley e Steven Sotloff. O primeiro-ministro britânico, David Cameron, se disse “horrorizado” pelo “assassinato a sangue-frio” da vítima.
– Estou horrorizado pelo assassinato a sangue-frio de Abdul-Rahman Kassig (nome adotado após sua conversão ao Islã). O ISIL (EI) mostra mais uma vez toda a sua perversidade. Meus pensamento vão à sua família – escreveu Cameron em seu Twitter.
Nova barbárie
A França, por sua vez, denunciou um novo ato de “barbárie”. Em um comunicado, o primeiro-ministro Manuel Valls “condena com toda firmeza este novo ato bárbaro, que reforça a determinação da França de agir contra o Daesh (EI) no Iraque e na Síria. Aos 26 anos, Peter Kassig, um ex-soldado no Iraque, havia se convertido ao islamismo e fundado uma organização humanitária em 2012, “Special Emergency Response and Assistance” (Sera), após deixar o exército americano.
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Ele apareceu no vídeo lançado em 3 de outubro da decapitação de um outro refém do EI, o britânico Alan Henning, em que os jihadistas ameaçam matá-lo em retaliação aos ataques aéreos americanos na Síria e no Iraque. Peter Kassig é o terceiro refém americano cuja decapitação foi reivindicada pelo EI após James Foley e Steven Sotloff.
Dois outros britânicos, Alan Henning, um voluntário humanitário, e David Haines, trabalhador humanitário, sofreram o mesmo destino. Todos foram sequestrados na Síria, país em guerra há mais de três anos. O vídeo deste domingo também mostra a execução de ao menos 18 homens apresentados como soldados do regime de Bashar Al-Assad, marchando de dois em dois.
Neste momento, o nome da região de Dabiq aparece no canto direito do vídeo. Dabiq, no norte da Síria, foi palco de um importante batalha no século XVI, onde o exército de muçulmanos foi dizimado, mas terminou vencendo, segundo uma profecia do Islã. Acusado pela ONU de crimes contra a Humanidade, o grupo EI é responsável por terríveis atrocidades nas vastas regiões conquistadas na Síria e no Iraque, incluindo execuções, sequestros, estupros e limpeza étnica.
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Pais esperam confirmação de morte
Os pais do refém americano Peter Kassig declaram neste domingo que esperam a confirmação do assassinato de seu “filho querido”, após o anúncio pelo grupo Estado Islâmico (EI) da decapitação do jovem.
– Estamos cientes das informações que circulam sobre nosso querido filho e esperamos a confirmação do governo sobre a autenticidade dessas informações – declararam Ed e Paula Kassig em um comunicado.