O Estado Islâmico (EI) ameaçou, em vídeo divulgado nesta terça-feira, executar dois reféns japoneses e exige um resgate de 200 milhões de dólares ao governo japonês. Tóquio reagiu afirmando que não cederia ao terrorismo e o primeiro-ministro Shinzo Abe exigiu a libertação imediata dos reféns.
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– Estou indignado com tal ato. Eu exijo vigorosamente que nenhum mal seja feito a eles e que sejam libertados imediatamente – declarou à imprensa, em Jerusalém.
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No vídeo cuja autenticidade ainda não foi confirmada, o EI – que controla extensas áreas de território no Iraque e na Síria – exige do governo japonês o pagamento de um resgate de 200 milhões de dólares para salvar a vida dos reféns.
– Vocês têm 72 horas para pressionar seu governo a tomar uma decisão sã e pagar 200 milhões de dólares para que suas vidas sejam poupadas – diz o vídeo.
Resgate é para compensar ajuda humanitária japonesa
O resgate é para compensar a ajuda humanitária de US$ 200 milhões prometidos por Abe aos países afetados pela ofensiva do EI no Iraque e na Síria, que já deixou milhares de deslocados e refugiados. Abe declarou que o Japão não desistirá da ajuda.
Os dois japoneses que aparecem no vídeo são identificados como Haruna Yukawa, cuja profissão é desconhecida, e Kenji Goto, um jornalista independente. Yukawa já havia aparecido em um vídeo anterior, divulgado em agosto.
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O segundo refém, Kenji Goto, é um jornalista freelance que criou uma empresa de produção de vídeo, a Independent Press, em Tóquio, em 1996. Sua companhia fornece vídeos e documentários sobre o Oriente Médio para canais de televisão japoneses, incluindo a NHK, o canal público.
O vídeo é publicado no momento em que o premiê japonês visita Jerusalém. Ele deve encontrar, ainda nesta terça-feira, o presidente palestino Mahmud Abbas em Ramallah, na Cisjordânia.
O porta-voz do governo informou que Tóquio está “verificando o vídeo” e que vice-Ministro das Relações Exteriores, Yasuhide Nakayama, deve ser enviado para a Jordânia para acompanhar o caso no local.
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O Japão tem sido, até agora, relativamente poupado da onda de violência atribuída a grupos radicais islâmicos. Ele se mantém distante da coalizão antijihadista criada pelos Estados Unidos para conter o avanço do EI na Síria e no Iraque.
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Há dois anos, em janeiro de 2013, dez cidadãos japoneses morreram em um ataque jihadista ao complexo de gás de In Amenas, na Argélia. Este ataque, seguido de uma tomada de reféns, resultou na morte de 40 pessoas de dez nacionalidades e 29 jihadistas.
*AFP