Depois de uma temporada abaixo das expectativas e com turistas mais econômicos, a secretaria de Turismo de Santa Catarina volta a projetar um período de crescimento e com aumento de visitantes. Segundo estimativas do secretário de Turismo, Cultura e Esporte, Leonel Pavan, o Estado deve receber, pelo menos, 10% a mais de turistas nesta temporada.

Continua depois da publicidade

Ele cita os voos diários entre Buenos Aires e Navegantes; perspectiva de aumento de 45% na movimentação de passageiros no Aeroporto de Navegantes; crescimento de 51% nos voos charters aprovados para o Aeroporto Hercílio Luz em relação à temporada passada, além das escalas de cruzeiros para justificar a estimativa otimista:

— Há uma expectativa de termos uma temporada positiva, a melhor dos últimos quatro, cinco anos em virtude do que já está ocorrendo. Expectativa bem acima do ano passado. Em relação a empresas aéreas e cruzeiros, o aumento seria de cerca de 40%, mas o maior público ainda é terrestre — pondera.

Balneário Camboriú irá receber 20 escalas de cruzeiros, que devem promover um incremento de mais de R$ 40 milhões na economia local. Na temporada passada, a cidade recebeu 3,4 milhões de turistas, principalmente do Rio Grande do Sul e Paraná. Neste ano, a expectativa da pasta de turismo é receber mais de 4 milhões de visitantes – 17% de aumento. Em Florianópolis, espera-se receber cerca de 10% a mais de turistas. Em levantamento do Ministério do Turismo, a Capital catarinense aparece como segundo principal destino de verão dos brasileiros, só atrás de São Paulo. A expectativa da pasta é que sejam realizadas, até fevereiro, 2,09 milhões de viagem para Florianópolis – em São Paulo são previstas 3,28 milhões.

Já em Porto Belo, serão 18 escalas de cruzeiros até o fim da temporada, com 40 mil turistas. Segundo a secretaria de Turismo de Bombinhas, a rede hoteleira já está com quase 100% de ocupação para a semana do Réveillon e a expectativa é de que o movimento seja 30% maior do que no ano passado. Na última temporada, o município recebeu cerca de 1 milhão de turistas, sendo 40% estrangeiros, principalmente da Argentina.

Continua depois da publicidade

Para Pavan, essa maior procura por SC é resultado da participação em quase todas as grandes feiras de turismo, no Brasil e América do Sul, e a campanha O Sul é meu destino. Sobre os problemas enfrentados em temporadas anteriores, como falta de água e energia ou poluição, ele defende que “as cidades estão bem mais preparadas e o trade turístico está trabalhando em conjunto”:

— Nós tivemos problemas, mas foram solucionados. Nós fizemos reuniões. A Casan, a Celesc, a Polícia Militar, os bombeiros, todos estão preparados — ressalta.

Entidades de turismo projetam crescimento, porém pouco expressivo

Entidades ligadas ao turismo também acreditam em uma temporada mais positiva, porém não esperam um salto significativo no número de visitantes. Para o presidente do Sindicato da Habitação (Secovi) da Grande Florianópolis, Fernando Willrich, o verão neste ano deve ser melhor do que o anterior “principalmente porque a temporada do ano passado foi muito fraca”

— Estamos tendo sinais de recuperação da economia. Então isso faz com que gastos de famílias com férias sejam mais fáceis. Aluguéis de temporada estão acontecendo e a expectativa é que tenhamos ocupação total — diz.

Continua depois da publicidade

A diretora de eventos e capacitação da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH) em SC, Lara Perdigão, prefere não citar percentuais e taxas de ocupação, mas cita que a procura por reservas está parecida ao registrado no ano passado e, com base nas cotações, expectativa é ter resultado um pouco acima da temporada anterior:

— A gente tem tido mais consulta do que fechamento em si. Imaginamos que na última hora vai ter mais interessados, a expectativa é positiva.

Ela acrescenta que um dos desafios está nas cidades que ainda não anunciaram as atrações de final de ano, o que acaba dificultando os negócios para o setor da hotelaria.

— Quando a cidade demora a apresentar calendário do Réveillon, por exemplo, isso impacta na comercialização, porque muitas vezes as pessoas querem comprar pacotes, ficar mais dias e saber da programação — reforça.

Continua depois da publicidade

O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) – regional Santa Catarina, Raphael Dabdab, lembra que a a entidade divulga uma pesquisa logo depois do Réveillon e que aponta como deve ser a temporada. Dabdab diz que a expectativa é positiva para o período, mas sem avanços significativos:

— Nossa expectativa é que seja ligeiramente superior à temporada de verão passada, devido à recuperação econômica no Brasil e no Estado que vem acontecendo de forma lenta. Não acreditamos em uma grande mudança — reforça.