A Ucrânia pretende aumentar a importação de carne brasileira para 20 mil toneladas mensais, 80% suína e 20% bovina, e a preferência é de Santa Catarina, anunciou ontem a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, depois de uma reunião com representantes do setor.
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Mas Santa Catarina pode não ter produção suficiente para abastecer o mercado ucraniano e os outros importadores de carne suína, segundo o representante do Sindicarne/SC no encontro, Ronaldo Müller.
A Ucrânia é o segundo maior importador mundial de carne suína e já é o principal comprador de Santa Catarina. E 20 mil toneladas a mais significa quase a metade de tudo que o Estado exportou no primeiro trimestre de 2012.
A Ucrânia comprava o produto pela Rússia, líder mundial de importação de suínos. Com o fechamento do mercado russo, que hoje importa apenas de dois frigoríficos catarinenses (Seara e Pamplona), o governo ucraniano busca novas alternativas, além de reduzir a dependência aos EUA nas importações.
O país do Leste Europeu está em fase de aproximação com o Brasil. O interesse é exportar tecnologia aeroespacial, combustíveis, medicamentos e até instalar uma fábrica de insulina em terras brasileiras.
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O representante do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Estado de Santa Catarina (Sindicarne-SC) e da empresa Seara e do Marfrig Group, Ronaldo Müller, destaca que, atualmente, o Estado exporta cerca de 8 mil toneladas de carne suína por mês. Aumentar essa demanda para 16 mil toneladas (80% das 20 mil toneladas) solicitadas pelo mercado ucraniano pode significar comprometer os outros fornecimentos.
– Não adianta exportar só para a Ucrânia. Temos um consumo interno grande, para o restante do país, e exportamos para vários países. Temos outros compromissos – ressaltou.
O Estado também não conseguiria atender, sozinho, os 20% de carne bovina, o equivalente a 4 mil toneladas mensais. A fim de atender às demandas imediatas, os outros dois estados do Sul podem complementar o fornecimento para a Ucrânia.
Santa Catarina já tem fábricas habilitadas para fornecer as carnes para a Ucrânia.
Para Müller, o início das importações seria possível nos próximos 30 dias, dependendo apenas de negociações. O país do Leste Europeu tem pressa porque precisa abastecer o estoque para a Eurocopa, evento que sediará em junho, e a próxima reunião com os representantes catarinenses deverá ser feita no final desta semana, em Brasília.
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