Em São Paulo, quando o assunto é Copa, a única certeza é a dúvida. Corinthians, Comitê Organizador Local (COL), Fifa, prefeitura e Estado não sabem responder quando o Itaquerão, palco da abertura da competição ficará pronto. O término das obras, chutam, deve ocorrer em meados de maio, a pouco menos de um mês da estreia.
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Tamanha incerteza se deve à indecisão de quem arcará com os custos das estruturas temporárias da Arena São Paulo. Estimada em R$ 70 milhões, a construção de estacionamentos, centro de voluntariado, sala de imprensa e sistemas de raio x deveriam, segundo o contrato, ser pagas pelo Corinthians. A verba, porém, ainda não foi levantada pelo clube.
Nas últimas semanas, ganhou força o boato de que a Fifa injetaria o dinheiro para evitar um vexame às vésperas da Copa. O órgão não confirma. Diante de várias questões sobre prazos e finanças das obras enviadas por Zero Hora, tanto Fifa quanto COL se limitaram a responder que “há confiança de que o estádio será entregue em condições para os jogos da Copa do Mundo”.
A situação é tida como emergencial. Enquanto cartolas tentam resolver o impasse nos bastidores, não se sabe nem mesmo qual empresa realizará as obras. A Fast Engenharia, responsável pela instalação das arquibancadas móveis, afirmou, via assessoria de imprensa, que não foi acionada para o serviço. O Corinthians afirma não saber de detalhes.
O fato incontestável entre todos os envolvidos é que não há tempo para transferir a abertura da Copa para outro lugar. De acordo com o SPCopa, o comitê da prefeitura que gerencia o evento na capital, a logística necessária para abrigar à cerimônia leva meses de planejamento. Seria impossível mudar a festa de última hora ao levar em conta o trabalho de segurança, mobilidade e infraestrutura marcadas para o primeiro dia de competição.
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Já as obras permanentes no estádio, de responsabilidade da Odebrecht, devem ficar prontas 15 de abril. Faltam, segundo a construtora, acabamentos finais e a remoção de uma torre na cobertura da arquibancada que fica atrás de um dos gols. O plano de Andrés Sanchez, ex-presidente do Corinthians, seria usar o estádio na segunda rodada do Brasileirão, dia 27 de abril, contra o Flamengo. O clube pegaria emprestado do Pacaembu parte da estrutura, como mobília dos vestiários, catracas e operação de segurança.
Fifa e demais órgãos envolvidos na realização do Mundial duvidam da possibilidade. Além dos problemas com obras das estruturas temporárias, que devem ser implementadas no período, o estádio precisa obter uma série de laudos técnicos que comprovem as boas condições de segurança, vigilância sanitária e engenharia. Bombeiros e prefeitura, entre outros profissionais, se encarregarão da inspeção, que pode demorar mais de uma semana. O Corinthians tem até o dia 17 deste mês para informar a CBF se usará ou não o estádio.