O estacionamento rotativo deve voltar a operar até o fim deste ano em Joinville. O novo sistema será mais moderno do que o antigo, com uso da tecnologia para pagamento e monitoramento das vagas, além de outras novidades para os motoristas, como o avanço da cobrança para ruas de bairros vizinhos ao Centro. Diante das mudanças, “AN” detalha como funcionará o novo modelo proposto pela Prefeitura da cidade.

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O edital de licitação do estacionamento rotativo será lançado no próximo dia 19 de julho. Após 30 dias será conhecida a empresa vencedora, que terá mais 90 dias para ativar o novo sistema. O novo modelo terá 2,1 mil vagas na fase inicial, com previsão de expansão de mais 1,1 mil a partir de 2020.

A novidade é a chegada do sistema em ruas dos bairros América, Anita Garibaldi, Atiradores e Bucarein. A expectativa do município é de que ele esteja operando até o Natal. O contrato de concessão do serviço é de 20 anos, com previsão de arrecadação de aproximadamente R$ 300 milhões durante as duas décadas. A Prefeitura de Joinville vai ficar com 20% do valor, que será repassado ao Departamento de Trânsito (Detrans).

— Geralmente, se concede o estacionamento rotativo para quem paga o maior preço por vaga. Isso faz com que a Prefeitura escolha a empresa que melhor vai dar retorno para o município. Joinville escolheu a que melhor vai dar retorno ao usuário, ou seja, a menor tarifa — explica Glaucus Folster, diretor-executivo do Detrans.

A Prefeitura estabeleceu o valor máximo da tarifa a ser paga pelos motoristas em R$ 3,50. No entanto, ele deve ser menor já que a empresa vencedora da licitação será a que oferecer o menor preço. O modelo também prevê a novidade de fracionamento da tarifa a cada 15 minutos. Ou seja, caso o motorista pague para ficar uma hora e permaneça menos tempo, ele ficará com a diferença do valor como crédito a ser usado em uma próxima oportunidade.

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Isso será possível por meio da tecnologia presente no serviço. O pagamento para utilização das vagas poderá ser feito por meio de aplicativo, site, pontos de vendas físicos ou parquímetros. Cada vaga será numerada e vinculada à placa do carro no momento da compra dos créditos pelo motorista. Desta forma, será possível fazer o fracionamento dos horários e também a fiscalização do sistema.

O estacionamento rotativo está suspenso na cidade desde setembro de 2013, quando o contrato não foi prorrogado e a nova licitação foi cancelada porque o governo não concordava com o modelo adotado em Joinville. Apenas em 2015, quando o Plano de Mobilidade ficou pronto, Udo Döhler passou a considerar a volta do sistema. Mesmo assim, demoraram mais de três anos para a licitação ser lançada.

Motoristas são favoráveis ao sistema

Os motoristas ouvidos pela reportagem na região central de Joinville aprovam o retorno do estacionamento rotativo. A principal justificativa apresentada pelos entrevistados foi a falta de vagas existente atualmente nas ruas do Centro durante todo o dia. Segundo os relatos, o sistema vai ajudar a reduzir o problema.

— Sou totalmente a favor. Tem gente que encosta o carro aqui de manhã e fica até o final da tarde. Com o estacionamento é bom porque pelo menos vai ter vaga — opina o motorista Dandreik Nivaldo da Silva, de 36 anos.

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Ele conta ter rodado pelas ruas durante 20 minutos até encontrar uma vaga nesta semana. Esse é um dos motivos para não se deslocar com frequência ao Centro. O motorista garante que iria outras vezes se soubesse que haveria mais facilidade em encontrar vagas.

O aposentado Ingoberto Timm, 56 anos, também passa pelo mesmo problema e sempre deixa o carro nos estacionamentos particulares quando precisa ir até a região central. Para ele, é uma alternativa mais tranquila, porém mais cara do que seria o rotativo.

— R$ 3,50 é um valor justo por hora, mais barato do que nos estacionamentos fechados. Também acho justo cobrar para que o pessoal se conscientize e use mais o transporte público — opina.

O metalúrgico Ademir Meneghelli, 49 anos, também encara o mesmo problema quando vai de carro para as ruas centrais. O estresse é tão grande que ele e a esposa já começam a cogitar ir de ônibus para não precisarem circular em várias ruas até achar uma vaga disponível.

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CDL cobrava retorno do rotativo

A volta do estacionamento rotativo é uma reivindicação antiga da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Joinville. Segundo o órgão, os comerciantes da região central tiveram prejuízos financeiros durante os últimos cinco anos por causa da ausência de uma rotatividade dos veículos parados nas vagas disponíveis na região.

O vice-presidente da CDL, José Manoel Ramos, que também é proprietário de um comércio no Centro, diz que é possível até saber quais serão os carros estacionados nas vagas em frente a loja todos os dias de manhã. Isso porque as vagas, geralmente, são ocupadas pelas mesmas pessoas que chegam cedo e saem apenas no início da noite.

— Quem trafega no Centro hoje é quem trabalha ali ou quem usa o transporte coletivo. Quem vai de automóvel para comprar ou ir atrás de algum serviço pensa duas vezes se não tem outro lugar — garante.

O vice-presidente também acredita em uma requalificação das lojas e do Centro após o retorno do estacionamento rotativo.

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— Muitas empresas já fecharam e alguns desavisados até abriram lojas. Com a volta do rotativo, os lojistas voltarão a investir porque sabem que terão retorno — explica.

A gerente de uma loja de roupas, Dafni Cardoso, também acredita em uma melhora no movimento e na receita do comércio. Segundo ela, o problema é que as vagas hoje são ocupadas pelos funcionários dos comércios.

— Os próprios clientes comentam que deixam de vir porque não tem onde parar. Isso acontece, principalmente, em dezembro e no Dia das Mães, quando tem mais movimento — conta.

Saiba quais serão as áreas e o tempo de permanência

Período máximo de permanência de duas horas contínuas:

Zona Azul: veículos automotores de passageiros (carros) e veículos de carga com capacidade de até uma tonelada

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Zona Branca: exclusivos para veículos identificados que transportem pessoas com deficiência com comprometimento de mobilidade

Zona Verde: exclusivos para veículos identificados que transportem idosos

Zona Preta: ciclomotores, motonetas, motocicletas e similares

Período máximo de permanência de uma hora contínua:

Zona Amarela: veículos de carga com capacidade de até cinco toneladas de carga útil, na atividade de carga e descarga de mercadorias, mudanças e outros

Período máximo de permanência de 15 minutos, com pisca-alerta ligado, sem a cobrança de tarifa pelo estacionamento:

Zona Vermelha: veículos de passageiros ou coletivos em locais de interesse público.

Limitação de permanência obedecerá a sinalização do local:

Zona Especial: bicicletas