Uma espécie de estação de tratamento de água será montada no bolsão da Casan, na Avenida Beira-Mar Norte, no Centro de Florianópolis. A Unidade Complementar de Recuperação Ambiental (URA) será responsável por tratar a água contaminada com sujeira das ruas e esgoto clandestino antes de despejá-la na Baía. Este equipamento faz parte do projeto de despoluição da Beira-Mar Norte realizado pela Casan.

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O equipamento foi pré-fabricado em Capinzal, no Oeste de Santa Catarina, na sede da FAST, empresa contratada para o projeto. As peças foram transportadas de caminhão até o bolsão, onde já funciona uma estação de bombeamento de esgoto. No mesmo terreno, ampliado, a URA será montada ao longo de todo o mês de dezembro.

— Esta é uma das etapas mais importantes do projeto. Trata-se da montagem da estação onde será tratada a água de drenagem captada nas saídas da rede pluvial — diz o engenheiro da Casan, Pery Fornari Filho.

A unidade é composta por diferentes tanques e estruturas que servirão tanto para recepção do líquido poluído quanto para limpeza. A URA terá capacidade para tratar até 150 litros por segundo.

Como a URA vai funcionar

A água captada e direcionada para a URA vai passar por dois sistemas de tratamento: flotação e desinfecção por ultravioleta.

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Flotação por ar dissolvido: nas unidades de flotação, será injetado ar dissolvido no tanque. As microbolhas geradas a partir desse processo farão com que a sujeira na água fique suspensa. Nesse material ficam retidos alguns micro-organismos, além de parte da matéria orgânica e dos nutrientes.

Desinfecção por ultravioleta: nessa unidade, as bactérias presentes na água serão eliminadas por meio de radiação, destruindo o material genético.

Obra pretende recuperar 3,5 Km de praia

O Projeto de Balneabilidade da Beira-Mar Norte pretende despoluir o mar e tornar balneável 3,5 quilômetros de praia, entre a Guarnição de Buscas e Salvamento do Corpo de Bombeiros (próximo à Ponte Hercílio Luz) e a Ponta do Coral.

As obras iniciaram em março de 2018 com a implantação da rede que vai captar a água da chuva e, posteriormente, com a instalação das estruturas de concreto em 15 saídas ao longo da orla. Nessas estruturas estão sendo colocadas válvulas que atuarão como estações de bombeamento em cada uma das saídas de galeria pluvial. O líquido poluído captado será bombeado até a URA, onde será tratado e clarificado antes de ser jogado no mar.

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A os técnicos da Casan acreditam que os primeiros resultados positivos na água surjam a partir de fevereiro. O investimento é de R$ 17 milhões, com recursos da Casan e do Governo do Estado. O projeto é executado pelo consórcio CFO-FAST.