O alto escalão do governo do Estado falou pela primeira vez nesta segunda-feira sobre o conflito entre as polícias Civil e Militar de Santa Catarina iniciado na madrugada do dia 11 de fevereiro, durante a operação contra a ação de assaltantes de caixas eletrônicos em São João Batista. Após a prisão de três suspeitos e a morte de outros três, a PM questionou não ter sido avisada pela Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic) sobre a ação. Três dias depois, o tenente Paulo Renato Farias, comandante da companhia militar em São João Batista, foi até a coletiva da Deic para tirar satisfações sobre o ocorrido. Ele acabou preso por policiais civis, mas um dia depois foi solto.
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Esse fato aumentou a tensão na relação entre as duas corporações, já fragilizada por episódios anteriores. Na coletiva do anúncio da contratação de 1.084 policiais militares nesta segunda-feira, o governador Raimundo Colombo comentou o impasse. Segundo ele, o fato serve de lição para futuros problemas:
— A Polícia Civil não podia avisar, era um serviço de inteligência. Mas isso está resolvido e incorporado à nossa cultura para que não aconteça novamente.
O secretário de Segurança Pública, César Grubba, que ainda não havia falado sobre o caso, diz que o comandante-geral da PM, Paulo Henrique Hemm, e o delegado-geral da Polícia Civil, Artur Nitz, já foram chamados para tratar do assunto. Grubba analisou os dois momentos e criticou a postura do tenente:
— Em São João Batista tivemos uma ação policial de pleno êxito, com tombamento dos criminosos. Não há obrigatoriedade de toda ação ser comunicada. É sempre de bom tom do relacionamento que isso ocorra, mas não há obrigatoriedade, até por estratégia policial. Já o tenente Paulo Renato Farias, no meu ponto de vista, teve uma atitude equivocada de se misturar à paisana vestido como estava para participar de uma coletiva da Deic.
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