Tite renovou o Brasil, e Seleção chega forte para a Copa

O Brasil já tem os 26 nomes que vão buscar o hexacampeonato. Com pouquíssimas surpresas, a convocação do técnico Tite tem uma aprovação quase total. Diferente das últimas Copas, quando sempre um nome de destaque ficou de fora rendendo muita discussão (em 2018, Luan, melhor da América; em 2014, Miranda e Felipe Luís; em 2010, Neymar, Ganso e Adriano), desta vez a única polêmica ficou em torno de Daniel Alves. Fora isso, é uma Seleção soberana: os brasileiros confiam nos jogadores escolhidos.

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Isso diz muito sobre o que tem sido o trabalho do Tite nesse ciclo pós-2018. Um ciclo que exigia renovação e o treinador brasileiro sabiamente acatou. Soube acolher nomes que surgiram trazendo talento, velocidade e objetividade no cenário internacional e moldou uma seleção que aposta também nessa juventude. É claro que era impossível ignorar o que Vini Jr., Rodrygo, Antony, Raphinha e Bruno Guimarães vinham fazendo lá fora, e vale lembrar que eles começaram a fazer parte das convocações apenas no ano passado, ainda assim é mérito de Tite depositar sua confiança neles.

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Mas a mescla de jogadores experientes e a inclusão de novos talentos têm sido a receita certa para um futebol competitivo física e taticamente e, ao mesmo tempo, sem perder a essência do futebol brasileiro.

A Seleção não pode nunca se despir do futebol carismático que joga, de dribles que encantam, da técnica refinada – que aparentemente compõe a genética brasileira-, mas custou a entender que uma Copa do Mundo pede muito mais. O fiasco em 2014 foi traumático, mas se teve alguma serventia foi essa: nos atentar à disciplina.

O ciclo de Tite é alinhado a isso. A Seleção Brasileira chega à Copa de 2022 jogando muito mais que um futebol técnico. É um futebol extremamente disciplinado e responsável. O Brasil joga um futebol competente em todos os aspectos do jogo, sendo fiel ao compromisso tático e comprometido ao desempenho físico. A soberania nas Eliminatórias da Copa é um reflexo disso.

A torcida enxerga a consistência no trabalho de Tite e se encoraja a acreditar de novo. Mesmo que discuta a convocação do lateral de 39 anos, ou a ausência do camisa 9 do Flamengo, sabe que a Seleção Brasileira este ano chega muito melhor do que nas últimas copas, pronta para enfrentar qualquer seleção europeia.

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Por tudo isso, Brasil é um dos favoritos. A atual campeã, França, tem os desfalques de Kanté, Pogba e o goleiro Maignan por lesões, mas conta com a Kylian Mbappé e o atual melhor jogador do mundo Karim Benzema. A Alemanha não tem Timo Werner e Marco Reus, ambos lesionados, mas conta com os craques Thomas Müller e Leroy Sané além da jovem promessa de 17 anos Youssoufa Moukoko. A Argentina não deve contar com Giovanni Lo Celso, mas ainda assim os hermanos vão bem fortes para o Catar.

Algumas outras seleções também merecem cuidados especiais. Portugal formou um excelente time e entra na briga. Holanda, Inglaterra e Espanha são sempre adversários complicados. Vai ser uma grande Copa, com um futebol de altíssimo nível. A mais exigente em todos os aspectos. Mas desde o penta o Brasil nunca esteve tão preparado.

Expectativa sobre os convocados

Para o jornalista Lédio Carmona, comentarista dos canais SporTV, o destaque da Seleção é o Vinícius Júnior.

– Ele está em uma fase excelente, não sente o peso do jogo, não tem medo do adversário e quanto maior o peso do jogo melhor. Para ele a Copa do Mundo vai ser como o Campeonato Espanhol, o Brasileiro. A questão é se ele vai jogar ou entrar sempre no 2º tempo. Na minha opinião, contra a Sérvia ele não joga.

Lédio aponta Casemiro como nome importante, pela experiência:

– Acho que o Casemiro é um jogador que comete alguns equívocos, mas é um jogador que controla o time o jogo todo. É um jogador corajoso, consequentemente, tem perfil de liderança. Se ele segurar a onda nos cartões, é perfeito para ser o líder da Seleção – pontua.

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O jornalista Paulo César Vasconcellos, comentarista dos canais SporTV, aponta os candidatos ao título de protagonistas:

– Entendo que essa Copa do Mundo tem o Neymar, De Bruyne e o Messi como candidatos a protagonista, cada um de um estilo e geração. O Messi a caminho da última Copa pode fechar com chave de ouro.

Vasconcellos complementa ao citar a expectativa sobre Vinicius Júnior:

– Nota-se cada vez mais o amadurecimento dele, não apenas dentro do campo. O resultado disso pode ser o estouro, uma consagração logo na sua primeira Copa do Mundo.

Faraco: “Há muita versatilidade e criatividade no grupo”

A versatilidade e a criatividade do grupo da Seleção Brasileira são características fundamentais que podem tirar o time de situações complicadas durante os jogos da Copa do Mundo. Há muita versatilidade. Há muita criatividade. O grupo montado por Tite dá a ele inúmeras possibilidades.
Para citar alguns jogadores que podem dar ao treinador essa facilidade, Paquetá, do meio pra frente, pode jogar em qualquer função. Além dele, Rodrygo é outro que pode entrar e mudar o ritmo de uma partida. Antony, Richarlison e Gabriel Jesus são jogadores que executam mais de uma função no ataque.

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Na defesa também existe essa mobilidade. Fabinho joga como volante, zagueiro e lateral. Éder Militão joga na zaga e na lateral. Danilo atua em qualquer uma das funções da defesa. Tite pode fechar mais o meio-campo com Casemiro e Fabinho, ou pode abrir total com Bruno Guimarães e Paquetá, ou ainda Fred e Paquetá. São boas alternativas.

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O difícil é quando não há quem possa mudar o jogo, ou quando não há jogadores que ofereçam boas alternativas ao comandante. E 2010, Dunga tinha Grafite e Josué no banco de reservas para tentar mudar o jogo. Não levou Neymar, Ganso e Adriano. Quando precisou, não teve como mudar o jogo contra a Holanda. Ou Felipão, que tinha no grupo poucas chances de mudar o time quando perdeu Neymar para a semifinal, no histórico 7 a 1, diante da Alemanha, em 2014.

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Tite fez esse trabalho. Depois das Olimpíadas de 2021 e depois da derrota na final da Copa América, resolveu abrir espaço para os jovens talentosos e montou um grupo excelente para encarar uma Copa do Mundo, com todas as dificuldades que este torneio reserva. Vini Jr., Pedro, Martinelli e Raphinha também estão neste pacote de boas novidades em termos de criatividade e qualidade. As novidades deste ano e meio a mais de preparação, trouxeram realidades do futebol mundial para dentro da Seleção Brasileira e projetam um time muito forte durante a competição no Catar.

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