A Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina se manifestou inconformada com a paralisação dos caminhoneiros no Oeste do Estado devido aos prejuízos que pode causar para a agroindústria. Em entrevista, o presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, diz que a ação dos protestantes mais atrapalha do que ajuda a resolver os problemas. Adianta, ainda, que a federação pretende tomar medida judicial caso as vias não sejam liberadas.
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Como a Fiesc está acompanhando a greve dos caminhoneiros?
Glauco José Côrte – Com preocupação, pois a agroindústria é muito importante, ela representa 17% da indústria de transformação de Santa Catarina e um terço das exportações do Estado. Esses números dão a dimensão do tamanho desse setor.
Com o baixo crescimento da economia aliado aos reajustes de combustível e energia, há risco de demissões?
Glauco – A Agroindústria emprega um pouca mais de 100 mil pessoas em todas as regiões do Estado. Com a economia com zero de crescimento, estamos vivendo uma retração muito forte nas vendas, então provavelmente isso deve se refletir em demissões. Em 2015, temos um cálculo de 20 mil desligamentos nesse setor, mas tudo é uma questão de momento da economia nacional. Isso pode mudar ao longo do ano.
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Qual a expectativa da Fiesc com relação a recuperação da economia?
Glauco – Estamos trabalhando com uma possibilidade de recuperação a partir do segundo semestre deste ano, mas a economia precisa ajudar. A única certeza que nós temos é que o ano será difícil para todos os setores.
A Fiesc está tentando ajudar para terminar o protesto dos caminhoneiros no Oeste?
Glauco – Esse tipo de ação mais atrapalha do que ajuda a resolver problemas. Não há uma liderança, então até para negociar é difícil. Temos setores como o de leite, que produz quase 6 milhões de litros por dia, que sofre imediatamente com esse bloqueio. Nosso departamento jurídico está avaliando o bloqueio das estradas e vamos tomar alguma medida judicial nos próximos dias caso as vias não sejam liberadas.
A Fiesc tem algum levantamento sobre o impacto desses aumentos na logística de distribuição de alimentos?
Glauco – É uma reação em cadeia. Por exemplo, além dos problemas normais com o escoamento da própria produção, a avicultura e a suinocultura têm que arcar até com a compra de grãos de outras regiões, que também aplicaram reajustes no transporte.
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