Aos 24 anos, Roberto Scholze (PT) assume em 1º de janeiro de 2013 a Prefeitura de Mafra, tornando-se o mais jovem prefeito de Santa Catarina. Apesar da pouca experiência política (elegeu-se vereador em 2008, mas perdeu o mandato ao trocar o PP pelo PT), garante estar preparado para administrar a cidade de 52,9 mil habitantes. Professor e universitário dos cursos de direito e ciências sociais, tem entre as prioridades a atenção à saúde, com a humanização do atendimento.
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O futuro prefeito fala ainda na instalação de um parque industrial para aumentar a arrecadação e garantir o investimento em pavimentação. Sem falar na geração de emprego, pedido frequente entre os eleitores.
AN – O senhor é o prefeito mais jovem de Santa Catarina. Como surgiu a ideia de ser prefeito com apenas 24 anos?
Roberto Scholze – Fui eleito vereador com uma votação expressiva em 2008. Meu trabalho na Câmara me credenciou a disputar a Prefeitura.
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AN – Sente-se preparado para o cargo?
Roberto – Sim, claro. Apesar da pouca idade, acompanho a política desde criança. Sempre acompanhei meu pai (Carlos Scholze) e, querendo ou não, a gente tem tendência a seguir os passos dos pais.
AN – A vitória foi apertada. O senhor recebeu 45,18% dos votos válidos, contra 44,12% de Wellington Bielecki (PSD). Por que o eleitor acreditou na sua proposta?
Roberto – A população entendeu que a minha proposta é viável. E eu fui atrás de cada voto, me preocupei em falar das propostas para as pessoas, o que talvez foi o erro do meu adversário, que me subestimou, pensou que a eleição já estava ganha.
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AN – Apesar da pouca experiência política, o senhor perdeu o mandato de vereador devido à fidelidade partidária, quando trocou o PP pelo PT. O que houve?
Roberto – Eu estava insatisfeito com os rumos do PP, que se aliou ao meu adversário (Wellington Bielecki), que era o favorito nessas eleições. Me senti desconfortável. Recebi o convite do PT, calculei os riscos e mudei (de partido) em 6 de outubro de 2011. Perdi o mandato em 2 de maio. Não sou contra a Lei da Fidelidade Partidária, mas não estava feliz no PP e assumi o risco.
AN – O senhor é filho do ex-prefeito Carlos Scholze. Qual vai ser a participação dele no seu governo?
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Roberto – É sempre bom contar com a figura de um ex-prefeito. Meu pai vai ser meu grande conselheiro. E isso é motivo de muito orgulho para mim.
AN – Seu pai vai ter cargo no governo?
Roberto – Não discutimos isso ainda. Mas é importante esclarecer que esse governo vai ter a minha marca, com a modernização da administração, o uso de tecnologia em todas as áreas.
AN – Já pensou no secretariado?
Roberto – Estou montando, mas agora é hora de pensar na transição.
AN – E a relação com a Câmara?
Roberto – Vamos manter o diálogo. Analisando o perfil dos eleitos, são pessoas comprometidas com a comunidade. Eu acredito que não terei problemas.
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AN – Sua primeira ação como prefeito?
Roberto – Nós teremos uma minirreforma administrativa: temos de enxugar a máquina e cortar comissionados. É ação para os dez primeiros dias de governo.
AN – Como atrair fábricas para Mafra?
Roberto – Mafra tem carência de terrenos para a instalação de indústrias. Faltou a preocupação de comprar uma área e destiná-la à instalação de indústrias, alterar o zoneamento e atrair essas empresas. Com um parque industrial, vamos ter oportunidade.
AN – E a questão das enchentes?
Roberto – Em parceria com os governos federal e estadual, vamos remover as famílias dessas áreas de risco. Logicamente que esse tipo de medida gera desgaste político, mas é importante e tem que ser feito para garantir a segurança dessas pessoas.
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AN – Como será a relação com os governos federal e estadual?
Roberto – A nossa prioridade é o governo federal. É lá que está o cofre, é onde podemos captar dinheiro para os nossos projetos. Lideranças como a ministra Ideli Salvatti, os deputados Mauro Mariani e Décio Lima também vão ajudar.