Uma operação contra um grupo suspeito de forjar documentos para realizar obras vinculadas a Prefeitura de Içara, no Sul de Santa Catarina, foi feita pela Polícia Civil na manhã desta quinta-feira (1º). Ao menos 11 mandados de busca e apreensão foram cumpridos. Entre os investigados, estaria um vereador da cidade.
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Denominada de Garau, o inquérito apura suspeitas de crimes de fraude à licitação, associação criminosa e uso de documentos falsos. De acordo com as investigações, que iniciaram em fevereiro, uma empresa obteve atestados de capacidade técnica de obras que não existiram. Com isso, ela teria conseguido vencer um processo licitatório para realizar obras vinculadas ao Samae de Içara.
— A licitação ocorreu no final de 2019, porém houve aditivos o que denunciou que a empresa não poderia realizar a obra — explica o delegado João Westphal, Coordenador Estadual da Delegacia de Combate à Corrupção da Polícia Civil de Santa Catarina.
Os mandados de busca e a apreensão, cumpridos nesta quinta-feira, tinham como alvo empresários, servidores públicos e um vereador da cidade. As buscas foram feitas nas empresas investigadas e na Câmara de Vereadores de Içara.
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Documentos e mídias digitais foram apreendidos durante a ação. As investigações, segundo a Polícia Civil, continuam. O nome da operação faz alusão ao artista Salvatore Garau, que conseguiu leiloar uma obra que não existia.
A operação foi feita pela Coordenadoria Estadual de Combate à Corrupção da Polícia Civil, Laboratório de Lavagem de Dinheiro da DEIC, com apoio da Delegacia de Repressão à Lavagem de Dinheiro e Delegacia de Crimes Fazendários e das delegacias de Criciúma e Içara.
Em nota, a Câmara de Vereadores informou que a operação não tem ligação com o Poder Legislativo e que as buscas ocorreram apenas no gabinete do vereador envolvido no caso:
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“A Câmara Municipal de Içara vem a público esclarecer sobre a operação “Garau” da Delegacia de Combate à Corrupção da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (DEIC/PCSC), que apura fraudes em licitação, desencadeada no município na manhã desta quinta-feira, dia 01/09. Informa que o processo licitatório que está sendo investigado é de outubro de 2019 no Poder Executivo, não possuindo qualquer responsabilidade do Poder Legislativo. Sendo que a Câmara Municipal recebeu a presença dos policiais, apenas para verificar o gabinete de um vereador específico. A Câmara Municipal reforça que as investigações não possuem relação com os trabalhos legislativos, e não compactua com quaisquer ações fraudulentas e reitera o compromisso com a transparência pública”.
O Diário Catarinense tentou contato com a Prefeitura de Içara, mas não teve retorno até a publicação.
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