Os estudos preliminares da Universidade Federal de Santa Catarina indicam que o esqueleto encontrado nas obras do elevado do Rio Tavares, no sul de Florianópolis, em agosto deste ano pertencia a um homem de pelo menos 25 anos. A análise também indica que ele comia bastante peixe e suas atividades diárias eram relacionadas ao mar. É provável que antes de ser enterrado com a barriga para baixo, o homem foi pintado com pigmento vermelho, o ocre.

Continua depois da publicidade

O relatório final, com todos os dados de análises sobre este esqueleto e outros dois encontrados na primeira etapa das escavações, será enviado ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 2019.

No dia 29 de agosto de 2018 foi encontrado um sepultamento humano na área do Sambaqui do Rio Tavares III. O esqueleto estava enterrado onde, atualmente estão sendo feitas as obras do elevado do Rio Tavares, no entroncamento das rodovias SC-405 e SC-406. Após ser retirada do local por uma equipe de arqueólogos, a ossada foi levada para estudos na Universidade Federal de Santa Catarina.

Veja também: "Esqueleto encontrado no Rio Tavares é um prêmio para a comunidade científica", diz arqueólogo

Jovem adulto de braços robustos

A estimativa de idade indica que o homem era adulto, aparentemente com mais de 25 anos. Outras análises permitirão uma aproximação mais precisa.

Continua depois da publicidade

Já a datação de quando o homem teria vivido será determinada por uma técnica chamada radiocarbono. Os arqueólogos da UFSC enviarão fragmentos de costelas ao Laboratório Beta Analytic, nos Estados Unidos, especializado neste tipo de análise. A arqueóloga Luciane Zanenga Scherer acha possível que o resultado irá revelar uma datação antiga, que vai além de dois mil anos atrás.

Os ossos dos braços robustos chamaram atenção dos pesquisadores. Esta característica já foi observada em esqueletos de outros sambaquis, assim como lesões por esforço indicativas de atividades de remar.

Após o relatório ser entregue, o esqueleto e todos os materiais encontrados no sambaqui Rio Tavares III, ficarão sob guarda do Museu de Arqueologia e Etnologia Professor Oswaldo Rodrigues Cabral (MArquE/UFSC).