Alvo de mandado de prisão preventiva nesta quinta-feira (14) no âmbito da Operação Alcatraz, o ex-secretário adjunto de Administração do Estado, Nelson Nappi Júnior, teria se beneficiado de um esquema de lavagem de dinheiro. A esposa dele, Cristiane Rios, é apontada pela Polícia Federal como uma das responsáveis por atuar no conluio. Ela também é investigada e os detalhes foram repassados em uma coletiva de imprensa.

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O foco da terceira fase da operação, segundo o Ministério Público Federal (MPF) e a PF, foi evitar ações dos investigados que pudessem atrapalhar o andamento das investigações. 

Segundo os responsáveis por apurar o caso, a esposa de Nappi Júnior atuou no esquema criminoso e era responsável por buscar valores com terceiros para quitar despesas. Ela deve responder por lavagem de dinheiro, obstrução de justiça e corrupção.​

Participaram da coletiva o delegado da PF Rodrigo Silva Muller, o delegado Regional de Combate ao Crime Organizado, Gustavo Emilio Trevizan Mochi, e os procuradores da República, Alisson Nelício Cirilo Campos e Márcio Sérgio Ghannagé Barbosa.

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Investigações

A terceira fase da operação, denominada Obstrução, foi deflagrada na manhã desta quinta. Ao todo, foram expedidos cinco mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva contra o ex-secretário adjunto do Estado Nelson Nappi Júnior.

Segundo a PF, ele teria contato com ajuda da esposa para fazer pagamentos de altos valores em dinheiro. Nappi também teria usado cheque de terceiros e ocultado a propriedade de um veículo por meio de registro em nome de um parente.

— Em relação à esposa é importante deixar bastante claro que não foi uma participação eventual. Ela participou ativamente da corrupção, da lavagem de dinheiro e participou ativamente de todos os crimes que alvo da investigação principal participou — afirmou o procurador Alisson Nelício Cirilo Campos.

Também foram apontadas evidências de que Nappi havia descumprido a condição estabelecida para o cumprimento temporário da prisão em sua residência, mantendo contato com outro investigado.

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Ao g1SC, o advogado Leonardo Pereima de Oliveira Pinto informou que às 8h30min a PF estava na casa de Nappi. A defesa dele disse que só vai se manifestar quando analisar o documento.

Os mandados de busca e apreensão foram realizados em cinco endereços — três residenciais, uma empresa familiar e um quinto local ligado a um dos investigados.

Operação Alcatraz

A Operação Alcatraz foi deflagrada em 2019. O objetivo é combater fraudes em licitações e desvios de recursos públicos ligados a contratos de prestação de serviços terceirizados e do ramo da tecnologia.

Na época, foram cumpridos 11 mandados de prisão, sendo sete preventivos e quatro temporários. Outros 42 pedidos de busca e apreensão também foram efetuados. Nelson Nappi foi um dos presos nesta etapa.

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A segunda fase da operação foi deflagrada em janeiro deste ano. Chamada de “Hemorragia”, a investigação apurou uma suposta organização criminosa suspeita de corrupção, fraude em procedimentos licitatórios e lavagem de dinheiro

O deputado e então presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), Julio Garcia teve a prisão domiciliar decretada com uso de tornozeleira nesta fase.

Contraponto

A reportagem tentou contato com o advogado Gustavo Silva, que representa Cristiane Rios, para questionar sobre as acusações feitas pela Polícia Federal, porém não obteve retorno até a publicação desta matéria.

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