Londres, 1910, seis amigas e uma pergunta: por que a mulher não consegue se igualar ao homem na sociedade? Por que a ela só cabe o papel de coadjuvante? E por esse fio invisível que caminha o espetáculo Uma Sociedade, baseado no conto homônimo de Virgínia Woolf, que será encenado hoje, amanhã e domingo, no Teatro Pedro Ivo, em Florianópolis. A montagem dá a largada na temporada de espetáculos 2012 do teatro catarinense.
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Virginia Woolf era uma observadora impiedosa das relações sociais e flertava com o feminismo. A escritora inglesa, uma das damas da literatura do século 20, usava os contos para propor uma discussão e questionar o papel da mulher numa sociedade onde a ela era reservado apenas a função de parir e gerenciar a casa.
Na peça seis amigas criam uma espécie de sociedade secreta para tentar entender o mundo em que vivem, um universo onde as decisões são dos homens. Vão às bibliotecas em busca de conhecimento, aos jantares para observar comportamentos, aos tribunais para saber quais os critérios que norteiam as decisões da justiça.
– O grande questionamento delas é: por que a gente não consegue? – diz a atriz Mitzi Evelyn que desenvolve o projeto há três anos.
O cenário assinado por Marcelo Marques é requintado. Como a peça se passa na sala de uma casa inglesa, houve um cuidado de ter além de móveis uma infinidade de detalhes que remetem ao início do século 20.
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Uma Sociedade reúne uma equipe de artistas de diferentes vertentes como . No palco estão Andréa Busato, Mitzi Evelyn, Marina Monteiro, Alice Assef, Marina Palha e Diana Herzog. O espetáculo traz também, de volta a Florianópolis, Lelette Coutto, que assina a direção. A preparação de elenco ficou a cargo da diretora, atriz e cantora Sandra Pêra. O projeto marca, ainda, a estreia de dois músicos catarinenses no teatro. Rodrigo Poeta e Márcio da Villa assinam o desenho de som. O projeto recebeu R$ 280 do Funcultural e a entrada é gratuita.