Só a extensa ficha técnica do espetáculo de teatro de animação “Um Príncipe Chamado Exupéry” já dá a dimensão da primor do trabalho que a Cia Mútua Teatro e Animação, de Itajaí, irá trazer neste fim de semana para o Galpão da Ajote, em Joinville.

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Bonecos, desenhos, iluminação, cenário e trilha sonora são resultado da pesquisa e dedicação de profissionais da área, contratados pela companhia para fazer jus à memória do escritor francês Antoine de Saint-Exupéry.

Com pequenas referências a “O Pequeno Príncipe”, obra-prima de Saint-Exupéry e incansavelmente adaptada para o teatro, cinema, entre outras artes, a peça é resultado de mais um leitor apaixonado: neste caso, a atriz Mônica Longo é a primeira fisgada, depois divide a vontade de montar o autor com o companheiro de grupo Guilherme Peixoto.

Começa aí a busca da Cia. Mútua entre as possibilidades de produzir algo novo entre tanta inspiração já alcançada em trabalhos pelo mundo. Na pesquisa, resolvem registrar a passagem de Exupéry por Florianópolis, enquanto piloto da Companhia de Correio Aéreo Aéropostale, entre 1926 e 1944.

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Debruçados em meio a relatos, mas sem provas concretas, o grupo embarca na possibilidade do escritor ter realmente ido a Florianópolis, cidade que ele cita no livro “O Voo Noturno”.

– Entrevistamos a mulher do pescador que dizia ter tido contato com o aviador e nos baseamos no livro de seu filho Getúlio Manoel Inácio, o ‘Deco e Zéperri’ – conta Mônica.

O restante das aventuras foram retiradas de “A Terra dos Homens”, obra autobiográfica de Saint-Exupéry.

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– Pelo que dizem os registros da Aéropostale, Florianópolis nunca foi rota de Exupéry, mas acredita-se que ele gostava de vir à Capital nos períodos de descanso – afirma a atriz, que recebeu o primeiro aval do sobrinho-neto do escritor em uma de suas passagens ao Brasil em 2008.

A ínfima parada do escritor pelo Estado, e seu encontro com um pescador da praia do Campeche, torna-se um detalhe importante do espetáculo de animação, mas não é tudo. As viagens e aventuras vividas por Saint-Exupéry acabam recheando a sinopse da peça, que trata seu protagonista de uma forma delicada, que envolve crianças e adultos em uma atmosfera que vai desde a acomodação da plateia, cenário e efeitos de vento, fumaça e som.

O elenco é formado por Mônica e Guilherme, que ora são atores, ora manipuladores – além de terem confeccionado os bonecos -, com direção de William Sieverdt. O espetáculo foi contemplado com o Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz, pelo edital Elisabete Anderle, e em Joinville é patrocinado pelo Sistema Municipal de Desenvolvimento pela Cultura (Simdec) de Joinville.

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O QUÊ: espetáculo “Um Príncipe Chamado Exupéry”, da Cia. Mútua Teatro e Animação.

QUANDO: sábado e domingo, às 15 e 20 horas.

ONDE: Galpão da Ajote, na Cidadela Cultural Antarctica, rua 15 de Novembro, 1.383.

QUANTO: ingressos a R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada), à venda no Ambrosia Restaurante e Bistrô Antoine.