Era uma vez um pintinho muito feio e duas palhacinhas muito pobres: eles não viviam no mesmo tempo e espaço, mas estarão juntos na peça Gran Circo Popular Alegria, que estreia hoje com temporada de três dias em Joinville. Em cena, estão Palhoça e Pereirinha, remanescentes de um velho circo abandonado por todos os seus artistas, exceto pelas corajosas palhacinhas.
Continua depois da publicidade
Sozinhas, elas viajam tentando levar a alegria do circo pelo mundo. É quando encontram um público disponível para ouvir suas histórias e decidem apresentar sua nova comédia – e é quando entra em cena o pintinho e este passa a dividir o mesmo mundo que as artistas circenses na contação de O Pinto Pelado.
O espetáculo é protagonizado pelas atrizes Ângela Finardi e Eliane Rámin, tem direção de Rubens Lima Júnior e dramaturgia de Augusto Pessoa. O último é o responsável pelo resgate do conto O Pinto Pelado, que faz parte do repertório popular mundial.
– Augusto define este conto como um rito de passagem. Por isso, não limitamos o espetáculo apenas a uma peça infantil, mas indicada para todas as idades – afirma Ângela.
Para levar ao público a história do pintinho feio que, depois de sofrer humilhações e agressões no galinheiro, sai em busca do rei para pedir ajuda, as atrizes levam ao palco canções, danças e muitas trapalhadas. Nesse processo, revelam também um pouco da história delas mesmas.
Continua depois da publicidade
– A concepção de dramaturgia foi do Augusto, ele criou as duas personagens dentro deste circo decadente. O que não quer dizer que não houve um processo de pesquisa corporal das atrizes como o “clown não-clown”. Os cacos e improvisações do palhaço existem, mas foram incorporados à cena – afirma o diretor.
Rubens refere-se ao fato de que os espetáculos de clown são criados a partir da criação do personagem, enquanto Gran Circo Popular Alegria já tinha uma dramaturgia pronta. Ângela explica que, mais do que um espetáculo de clown, a peça é um espetáculo de circo-teatro, gênero que tornou-se muito popular no Brasil entre o século 19 e a segunda metade do século 20.
Projeto ampliado
Além da apresentação da peça, o projeto do Gran Circo Popular Alegria – que foi contemplado pelo mecenato do Sistema Municipal de Desenvolvimento pela Cultura (Simdec) em 2013 – também inclui a exposição Gran Circo Popular Alegria pelo olhar de Pena Filho, com imagens do espetáculo feitas pelo fotógrafo, impressas em tecido e esticadas em bambolês, criando estruturas alusivas às redes de proteção do circo.
Ela está aberta à visitação na praça de eventos do Shoping Cidade das Flores até 8 de setembro. No sábado, às 10 horas, o dramaturgo e cenógrafo Augusto Pessoa oferece uma oficina de brinquedos populares na Univille.
Continua depois da publicidade
Oferecida gratuitamente para professores e pais, ela tem o objetivo de resgatar brinquedos populares que são desconhecidos ou até foram esquecidos pela nova geração. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo site grancircoalegria.wix.com/teatro
Agende-se
O QUÊ: Gran Circo Popular Alegria, da Atos Teatro.
QUANDO: hoje, sábado e domingo, às 16 e às 20 horas.
ONDE: Galpão de Teatro da Ajote, na Cidadela Cultural (rua Quinze de Novembro, 1383, América).
QUANTO: R$ 20, com meia-entrada para estudantes, professores, idosos e quem portar o bônus, que pode ser impresso no site grancircoalegria.wix.com.