Como se uma linha do tempo imaginária passasse pelo palco, a trajetória da criação do amor romântico é revivida enquanto se desenrolam as histórias de Ângela, Claudia, José e Julio no espetáculo Beija-me como nos Livros, peça que a Companhia Os Dezequilibrados, do Rio de Janeiro, apresenta em Joinville nesta terça e quarta-feira.

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Em cena, dois casais se conhecem, se apaixonam e vivem as questões comuns aos relacionamentos do mundo contemporâneo, como decepções e traições – mas há muito mais ali do que os olhos podem ver. A dramaturgia propõe reflexões sobre amor e paixão ao assumir que estes sentimentos estão intimamente ligados à cultura preestabelecida pelos padrões da sociedade.

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Para ilustrar esta formação, quatro momentos da literatura foram escolhidos para que seus conflitos alternem-se à trama dos protagonistas. Assim, Tristão e Isolda, Romeu e Julieta, Don Juan e o sofrido Werther aparecem no palco. Seus romances famosos e antigos – eles representam a Idade Média, o Renascimento, o Iluminismo e o Romantismo – funcionam como base aos dramas dos casais contemporâneos.

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– São quatro cenas emblemáticas que mostram como isso perdura e está entranhado na nossa forma de amar – avalia o diretor Ivan Sugahara.

Celebração da maturidade

Para montar Beija-me como nos Livros, peça que encerra a “trilogia do amor” da companhia, os atores Claudia Mele e Julio Adrião foram convidados para unirem-se a Ângela Câmara e José Karini, que fazem parte da Dezequilibrados. A trilogia foi idealizada para celebrar os 18 anos do grupo.

– O amor já tinha aparecido nas nossas peças, mas estava na hora de fazer esta verticalização do tema, que é tão comum no nosso cotidiano. É como se o grupo fosse um casamento vivendo um momento bonito de maturidade – conta o diretor.

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Claudia já havia participado anteriormente de uma peça da Dezequilibrados, mas Julio deixou seu Johan Padan, o protagonista do monólogo de sucesso A Descoberta das Américas, para assumir seu papel nesta nova peça. Pelo papel que interpretou durante dez anos ininterruptos, ele recebeu o Prêmio Shell de Melhor Ator em 2005.

A maturidade do elenco permitiu que Beija-me como nos Livros ousasse em sua forma ao apresentar uma linguagem por meio dos sentidos. Os personagens têm um idioma próprio, que pode ser compreendido por qualquer espectador.

– A dramaturgia corporal é também muito importante para transmitir sentido e criar comunicabilidade por outro viés – acentua Sugahara.

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Serviço:

O QUÊ: espetáculo Beija-me como nos Livros, da Companhia Os Dezequilibrados.

QUANDO: terça e quarta-feira, 15 e 16 de setembro, às 20 horas.

ONDE: galpão da Ajote, anexo à Cidadela Cultural Antarctica (rua 15 de Novembro, 1.383, América).

QUANTO: R$ 30, com meia-entrada para estudantes, professores e idosos, à venda no site Enjoy Events ou na bilheteria do teatro uma hora antes do espetáculo.