A mulher italiana que foi morta pelo próprio companheiro em Araquari, no Norte de Santa Catarina, foi identificada como Antonella De Rosa, de 43 anos. Nas redes sociais, familiares e amigos lamentaram a morte violenta sofrida pela vítima. “Espero que pague caro”, comentou uma prima.
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O caso foi divulgado nesta quarta-feira (6) após o corpo ter sido encontrado enterrado no quintal de casa. A morte, porém, teria ocorrido dez dias antes, em 26 de fevereiro. O crime de feminicídio também chocou outros moradores da cidade.
Câmera flagra casal com mala usada para esconder corpo de menina em Indaial; assista
– Infelizmente a gente não conhece as pessoas que vivem próximo da gente – publicou uma vizinha, que também lamentou a morte de Antonella.
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Suspeito confessou o crime
O companheiro da vítima se entregou à Polícia Civil e confessou que cometeu o crime. De acordo com a delegada Geórgia Bastos, o suspeito relatou que a mulher havia pedido dinheiro e o atacou com uma barra de ferro. Em seguida, ele teria pego uma marreta e a matou.
O companheiro da vítima teria deixado o corpo dela dentro de casa e, um dia depois, o enterrou no quintal, ficando lá por dez dias. Nesta quarta-feira, ele decidiu ir à Polícia Civil confessar o crime e foi preso em seguida.
Feminicídios em SC
Na mesma semana de março que marca manifestações em defesa dos direitos das mulheres, cinco feminicídios foram registrados em Santa Catarina em um único dia. Quatro crimes aconteceram na tarde e na noite de segunda-feira (4). Pelo menos três das quatro mortes foram motivadas por ciúmes dos companheiros.
Em 2024, Santa Catarina já registrou, pelo menos 12 feminicídios, conforme última feita no início da tarde desta quarta-feira (6) pela delegada da Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCAMI) Patrícia Maria Zimmermann D’Avila. Com a morte de Antonella, o número chega a 13.
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A delegada cita que casos de violência doméstica se apresentam com um padrão cultural, um ciclo que costuma envolver ciúmes, sentimento de posse e, por fim, o término do relacionamento. Para a delegada, para reduzir os feminicídios é necessário combater este ciclo cultural.
– Trabalhar na redução de casos é trabalhar na questão cultural. Precisamos virar a chave com campanhas [de concientização], para que não se tolere mais os atos de violência contra a mulher e, não digo somente física, mas psicológica, moral, patrimonial – reforça a delegada.
A especialista indica que as denúncias têm poupado a vida de muitas mulheres. Além dos boletins de ocorrência, que podem ser realizados presencialmente ou até mesmo online, pela Delegacia Virtual, a mulher também pode solicitar de forma remota a medida protetiva.
— É eficaz porque o cidadão que descumpre já pode ser preso. Mas a mulher precisa notificar — orienta.
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Outro método indicado pela delegada é o botão do pânico presente no aplicativo “PMSC Cidadão”. Conforme Patrícia, quando acionado, a ocorrência recebe atendimento de urgência. “Isso tem salvo muitas vidas”, cita.
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