A duplicação da BR-470 é a principal esperança da população para reduzir o perigo e o número de mortes na rodovia, ao menos no trecho entre Navegantes e Indaial, onde a obra está em andamento. No entanto, a obra, que começou em julho de 2013 nos dois primeiros lotes, cinco anos depois ainda está longe de ser realidade para os condutores que passam pela rodovia no Vale do Itajaí.

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O superintendente do Departamento Nacional de Transportes (DNIT), Ronaldo Carioni Barbosa, sustenta que a duplicação não é sinônimo de redução de acidentes. Para ele, a chave de tudo está na educação do trânsito e conscientização das pessoas. No entanto, ele reconhece que com a duplicação, o número de choques frontais diminui, o que resulta em acidentes menos graves.

Ele afirma que a retomada da obra nos lotes 3 e 4 e a sequência dos trabalhos no 1 e 2 são boas notícias, que permitem brigar por mais recursos para que a obra seja concluída.

Cruzes espalhadas ao longo da rodovia expõem dramas familiares.
Cruzes espalhadas ao longo da rodovia expõem dramas familiares. (Foto: Luis C. Kriewall Filho / Especial)

– Este ano estamos mostrando para o governo federal que Santa Catarina tem capacidade de investimento. Que se nos mandarem recursos, nós investimos bem – afirma o superintendente, que complementa:

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– A luta diária é para que os acidentes na rodovia cheguem a zero. Se morrer uma pessoa na BR isso já reflete na família toda. Tenho caso na família, sei o que é perder o irmão, é irreparável – reconhece.

O presidente da Associação Empresarial de Blumenau (Acib), Avelino Lombardi, considera que a rodovia é um corredor importante para a economia, mas que por sofrer com congestionamento constante, faz com que muitos motoristas sejam mais displicentes e deixem um pouco de lado a questão segurança.

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– A gente fala que a BR-470 é um corredor de produção fantástico para a economia, mas de todos os problemas que ela gera para a comunidade, o mais dramático, desesperador é essa carnificina. É preciso que o Estado comece e termine principalmente as obras que estrangulam mais o tráfego da região, para que diminua o risco par a população e haja menos acidentes – avalia.

CONFIRA A SITUAÇÃO DE CADA LOTE DE DUPLICAÇÃO:

Lote 1: do km 0,00 ao km 18,61, entre Navegantes e Ilhota

Consórcio diminuiu o ritmo após problemas internos e desconfiança sobre garantia de recursos para a obra, mas segundo o superintendente os serviços estão em andamento. Plano de entregar trecho já duplicado entre a BR-101 e o aeroporto agora é considerado pouco provável. A projeção é de que a conclusão destes quilômetros ocorra no início de 2019. Este ano devem ser aplicados cerca de R$ 70 milhões neste segmento.

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Evolução: 40% de conclusão

Lote 2: do km 18,61 ao km 44,87, entre Ilhota e Gaspar

É o lote mais avançado da obra e segue com obras na pista e em viadutos. DNIT espera liberar oito quilômetros duplicados até outubro e, de outubro a dezembro, trabalhar na revitalização da pista existente. Devem ser aplicados este ano cerca de R$ 68 milhões com verba do orçamento de 2018, com possibilidade de suplementação de recursos.

Evolução: 63,5% de conclusão

Lote 3: do km 44,87 ao km 57,78, entre Gaspar e Blumenau

Contrato reativado em 20 de março deste ano. Em dezembro de 2017, foram desapropriados 34 imóveis que viabilizaram o início das obras dos viadutos da Mafisa e Badenfurt. O primeiro está em execução, o segundo passará por mudanças no projeto a pedido da comunidade. O viaduto será feito com pilares em vez de paredes, o que vai permitir a criação de uma alça de retorno. Deverá ser aplicados este ano o valor existente de Restos a Pagar, de cerca de R$ 27 milhões.

Evolução: 8,28% de conclusão

Lote 4: do km 57,78 ao km 73,18, de Blumenau a Indaial

Contrato ainda não havia sido iniciado em função da necessidade de desapropriações. Segundo o superintendente, agora já há trabalhos de terraplanagem próximo à Havan e na próxima semana técnicos devem visitar proprietários de terrenos para que eles permitam o início dos trabalhos antes das indenizações. A Ordem de Início dos Serviços foi expedida em 11 de abril deste ano e se dispõe de R$ 60 milhões de Restos a Pagar para a obra.

Evolução: 1% de conclusão

Fonte: Superintendência Regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) em Santa Catarina

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