Leonardo Nathan Chaves Martins foi condenado a 12 anos de reclusão, em regime fechado, pelo crime de homicídio qualificado contra a jovem Gabriella Custódio Silva, em Joinville. A irmã da jovem, Andreza Custódio, explica que a decisão permite que a família agora possa viver o luto após mais de um ano aguardando por um desfecho judicial.
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– A gente sempre buscou e lutou por Justiça, não tivemos paz nem por um segundo. Agora, esperamos poder viver nosso luto, da forma que tínhamos de viver – afirmou.
Gabriella tinha 20 anos quando foi assassinada, em 23 de julho de 2019, na casa dos pais de Leonardo em Pirabeiraba, na zona Norte da cidade. Ele era acusado por homicídio duplamente qualificado (feminicídio e por dificultar a defesa da vítima) e por fraude processual.
Os sete jurados, depois de quase 11 horas de julgamento, decidiram que ele era culpado pelo crime, mas não acataram a qualificadora de feminicídio, que elevaria a pena de Leonardo. Por isso, ele recebeu a pena mínima para homicídio doloso (em que há intenção de matar), com a qualificadora de dificultar a defesa da vítima.
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– Nunca vai ser o suficiente porque não vai trazer ela de volta. A gente está grato dele ficar dentro da cadeia por mais tempo, mas também ficamos meio tristes porque a qualificadora de feminicídio não foi aceita – conta a irmã.
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Família agradece comoção social
Andreza e os pais acompanharam todo o julgamento por mais de dez horas na última terça-feira (27) no Fórum de Joinville. Segundo ela, era permitido o acesso de apenas três familiares no tribunal do júri. No entanto, parentes e outras pessoas estiveram do lado de fora para apoiar a família.
– Teve uma comoção social e sentimos muita gratidão por essas pessoas que tiveram com a gente até hoje – agradece.
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Segundo a irmã de Gabriella, o julgamento foi uma montanha russa para toda a família. Em alguns momentos, eles achavam que o réu seria inocentado. Em outros, imaginavam que seria condenado. Apenas a sentença trouxe algum tipo de conforto para os familiares, já por volta das 20 horas.
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Defesa vai recorrer da decisão
Para os advogados de defesa de Leonardo Nathan, o resultado não foi o esperado, já que a tese defendida era de que o tiro contra Gabriella foi acidental. Mesmo assim, o fato de o júri não ter acatado a qualificadora de feminicídio foi uma vitória.
— Se nossa tese fosse acatada, a pena seria de um ano. Acabou ficando em 12 anos. Mas respeitamos a decisão da Justiça — afirmou o advogado Pedro Alves da Silva.
A defesa tem até segunda-feira (2) para entrar com o pedido para recorrer da decisão e tentar diminuir a pena de Leonardo. Segundo Pedro, eles irão recorrer.
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