Quinze testemunhas, dez de acusação e cinco de defesa, compõem o júri de Luiz Carlos Flores, o Liquinha. Ele senta nesta manhã no banco dos réus pelo assassinato de quatro pessoas da família dele, no crime que ficou conhecido como “a chacina de Penha” e chocou a cidade do Litoral Norte de Santa Catarina.

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Cerca de 30 pessoas aguardam o julgamento, entre elas parentes das vítimas e do acusado. Com cartazes, o grupo pede pena máxima.

– O que o Liquinha fez foi monstruoso, ele matou uma criança de 10 anos que tinha uma vida pela frente. Espero que fique para sempre na cadeia -, desabafa Zilda Delfino, irmã do acusado.

O promotor titular do júri, Willson Paulo Mendonça Neto, disse que irá pedir pena máxima.

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– Como são quatro crimes, esperamos uma condenação de mais de 100 anos, pois o laudo pericial mostrou que Liquinha estava consciente no momento do crime -, disse.

O julgamento ocorre no Tribunal do Júri, em Florianópolis, a pedido da defesa do acusado, que permanece preso desde a época do crime _ o processo criminal tramitou em Balneário Piçarras, ao lado de Penha, mas há previsão legal para a mudança de cidade onde a ação é julgada caso haja dúvida sobre a imparcialidade do júri.

A promotoria espera que o julgamento siga até o começo da noite. São sete jurados: quatro homens e três mulheres.

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Como Liquinha admitiu ter matado a marretadas a mãe Carmem Cunha Flores, 69 anos, e a marteladas a irmã Leopoldina Carmem Flores, 41; o sobrinho Pedro Henrique Flores, 10; e o pai Luiz Nilo Flores, 72, é improvável que moradores de Piçarras ou Penha já não tenham opinião formada sobre o caso.

O júri chegou a ser marcado para dezembro de 2014, mas foi cancelado em cima da hora porque a advogada do acusado, Débora Salau do Nascimento, precisou ser submetida a um procedimento médico. Apesar de ser réu confesso, o acusado disse, em audiência, não se lembrar de tudo o que aconteceu.

– Jamais faria isso com as pessoas que eu mais amava. Foi uma coisa diabólica, não sei nem como explicar. Amava a minha mãe, o meu pai. Sempre abraçava, beijava e pedia a bênção para ele – disse na ocasião.

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Confissão

Liquinha confessou o crime à Polícia Civil de Balneário Piçarras após ir ao enterro da família, menos de 48 horas depois do crime. Em 2013, ele foi submetido a exame de sanidade mental no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico de Florianópolis.

O laudo atestou que ele é lúcido e sabia o que estava fazendo no dia dos assassinatos.

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