Como o mico-leão dourado, estamos arriscados a ter nossa espécie varrida da Terra Brasilis.
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Na qualidade de eleitor e “classe média”, categoria social em acelerado processo de extinção, pergunto o que estão fazendo pela nossa classe o Ibama, a Funai, as ONGs ou o STF. Os micos têm o Ibama a protegê-los. Os Ianomâmis têm a Funai e o Joesley, da JBS, o STF. E nós?
Nós, que não somos bichos, índios, banqueiros ou bilionários vendedores de proteína? Quem nos protegerá da sanha fiscal do governo e do seu temível trator?
Não vamos brigar com a história. Nossos índios foram usurpados, sim, mas hoje contam com o apoio de milhares de ONGs, o remorso das autoridades e a simpatia do povo brasileiro, coitado, tão explorado quanto os primeiros tupinambás, presenteados com os espelhinhos do comandante Cabral. O almirante, não o ex-governador corrupto, o Cabral de hoje, que rouba a jato.
Nós, da tribo da classe média, não temos muitos direitos. Mas sobram obrigações. Principalmente a obrigação de pagar algo próximo aos 40% do PIB em impostos.
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Pensando bem, nossos 700 mil índios vão muito melhor que os pele-vermelhas americanos. Suas reservas já somam duas Bélgicas e uma França, áreas forradas de mogno e jacarandá, o sub-solo inchado de ouro, prata e petróleo.
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Se o Mundo pudesse eleger um único grande e emblemático patife, uma espécie de atleta de todas as “pilantropias”, quem seria ele neste nosso atormentado país da Lava-Jato? Lex Luthor, o inimigo do Superman? O Caveirinha, desafeto do Batman? Eduardo Cunha, o eterno vilão? Temer e seus vários “homens da mala”? Lula e Dilma, que nunca sabiam de nada? O trio palaciano Padilha, Geddel e o “gato” Angorá?
Não. Seria o próprio Estado brasileiro – o maior Robin Hood às avessas que se conhece. Tira da classe média pobre e dá para os políticos salteadores e para os “campeões nacionais”, empresários “amigos”, bilionários predadores. Meu Deus, quando é que nós, tão brasileiros quanto os nossos estimados índios, teremos uma Funai para nos proteger do Estado-Leviatã?
Quanto teremos um Ibama, disposto a preservar a nossa espécie, assim como protege as borboletas raras, as tartarugas e os micos-leões dourados?
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Quando contaremos com a proteção de uma “Fundação Nacional Contra a Indecência e a Corrupção Endêmicas”?
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