Intermitente ou não? A resposta divide a opinião dos entrevistados ouvidos pela reportagem. Fábio Campos da Silva, especialista em Trânsito e Transporte e coordenador estadual do Movimento Maio Amarelo neste ano, se mostra contrário aos semáforos funcionando no modo piscante em qualquer que seja o local da cidade. Atualmente, 95 cruzamentos do trânsito de Blumenau são controlados por sinaleiras. A argumentação dele é de que o sinal intermitente representa perigo aos condutores, e que não há estatística de segurança que justifique a medida em nenhum local. Segundo Campos da Silva, uma alternativa viável seria a implantação de fotossensores nas vias que têm o fluxo gerido por sinais:
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– Vamos criar uma hipótese de que você pare no cruzamento de madrugada e perceba que tem algum elemento suspeito próximo, então com baixa velocidade você pode avançar o sinal vermelho tendo em vista a sua segurança e não vai ter infração porque o fotossensor pode ser desativado da meia-noite às 5h – exemplifica.
Porém, seria necessária a conscientização dos motoristas para que não se furasse o sinal quando não houver perigo. Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba são algumas cidades que o especialista visitou e cita com resultados positivos. Ele pontua ainda que para isso é preciso os semáforos inteligentes, aqueles controladas à distância pelos agentes. Nesse sentido, a Central de Controle Operacional (CCO) é uma ferramenta urgente. Atualmente, quando algum sinal apresenta problemas ou é necessário reprogramá-lo, isso é feito de forma presencial por uma equipe técnica da prefeitura.
Conforme adiantado pelo colunista Pancho (Santa, 28 de novembro), foi lançado na última semana o edital de concorrência internacional para a montagem da primeira etapa do espaço. A licitação prevê a compra de equipamentos para transformar todos os semáforos da cidade em equipamentos inteligentes, o que permitirá alterar remotamente os tempos de sinal vermelho ou verde para facilitar o fluxo.
A especialista em Trânsito Márcia Pontes é a favor ao modo intermitente, mas é enfática: piscante ou não, o que determina é o comportamento do motorista. Para ela, é possível reduzir o número de acidentes sem a necessidade de ter os semáforos funcionando normalmente:
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– As pessoas dizem que tem muito acidente porque tem muito carro, mas e de noite quando não tem? Vai da cautela dos motoristas. Em outros países há uma cultura voltada para a segurança no trânsito, no Brasil é transgredir e ainda culpar aquele que fiscaliza.