Diálogo e atenção

*Por Marieli Ciola Kapfenberger

(Coordenadora do Centro de Referência Especializado de Assistência Social de Joinville)

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Nos Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas), desenvolvemos um trabalho fundamental para a população que teve histórico de violações de direitos.

Há dois serviços distintos ofertados neste Creas, sendo um deles destinado às pessoas com deficiência e idosos, e o outro engloba o atendimento às crianças, adolescentes, mulheres e indivíduos. Em ambos, o foco principal é trabalhar com a família, no sentido de assegurar os direitos e restabelecer os vínculos.

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As equipes são compostas por assistentes sociais, psicólogos, terapeutas ocupacionais e educadores, onde realizamos tanto atendimentos individuais quanto em grupos.

Após a escuta inicial, uma das principais intervenções são as reuniões de mediação entre os envolvidos para se tentar resolver a questão a partir do diálogo. E aqui notamos um fator preocupante, pois as pessoas parecem ter perdido essa capacidade de conversação dentro de casa.

O conceito de qualidade de vida não é uma exclusividade de determinada parcela das comunidades, uma vez que o direito deve ser de todos. Por isso, é fundamental o trabalho de articulação com a rede, havendo o comprometimento de todos para a garantia dos direitos.

Também existem as situações mais críticas, quando a própria vítima não aceita o apoio, no que os especialistas chamam de autonegligência. É o caso mais desgastante para os idosos, por exemplo, porque a pessoa oferece muita resistência.

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Em situações de abandono quando o idoso não tem mais família ou teve o cuidado negligenciado pelos familiares, a pessoa pode ser encaminhada para o acolhimento institucional. A Prefeitura mantém convênio para 21 vagas sociais no Lar Betânia, as quais estão todas ocupadas.

Ainda é comum nos deparamos com violência psicológica, violência financeira e negligência por parte de muitos responsáveis aqui em Joinville, sendo necessário resgatar e fomentar valores para uma boa convivência intergeracional.

Com nossos índices de qualidade de vida tão altos por aqui, a Joinville que Queremos é possível, mas apenas se continuarmos atuando de modo que os números de ocorrências possam diminuir.